CARITAS ITÁLIA: "POLÍTICAS MIGRATÓRIAS SÃO DECEPCIONANTES"
Roma, 28 jul (RV) – A decisão tomada no dia 25 pelo Conselho de ministros do
governo italiano de o estado de emergência em relação aos clandestinos a todo o território
nacional continua causando polêmica. A medida, segundo o executivo italiano, serve
para reforçar as atividades que buscam contrastar a migração.
A propósito,
interveio também o diretor da Caritas Itália, Mons. Vittorio Nozza, em artigo publicado
pelo jornal da Santa Sé, L'Osservatore Romano. O artigo é intitulado: "As políticas
que nascem da urgência resultam decepcionantes".
Mons. Nozza afirma que há
anos toda iniciativa legislativa sobre a imigração é caracterizada por questões de
segurança e de emergência, mas os resultados são decepcionantes. Para ele, as medidas
adotadas se revelaram ineficazes, pois não foram discutidas com base na essência do
fenômeno.
A preocupação para conter os desembarques de clandestinos e para
defender as fronteiras deixou de lado uma política orgânica e integrada ao fenômeno
migratório, com uma atenção paralela à situação econômica e trabalhista. Os estrangeiros
que trabalham nas casas italianas, afirma Mons. Nozza, não devem ser um problema,
mas nos levam a refletir sobre questões sociais não somente na Itália, mas também
em seus países de proveniência.
O presidente da Caritas Itália defende uma
real integração, e não políticas que alimentam sempre mais o medo e a rejeição: "A
segurança não é o fim, o principal bem de uma sociedade, mas a sua natural conseqüência."
(BF)