PAPA E PREMIER DO IRAQUE: CONDENAÇÃO COMUM AO TERRORISMO E CONVITE A BENTO XVI A VISITAR
O PAÍS
Castel Gandolfo, 25 jul (RV) - Bento XVI recebeu em audiência esta manhã o
premier iraquiano, Nuri al Maliki. O papa e o primeiro-ministro expressaram uma “condenação
comum” ao terrorismo.
Depois foi reiterada a importância do diálogo inter-religioso
como “caminho para a compreensão religiosa e para a convivência civil”. O premier,
que ontem visitou a Cripta Vaticana para fazer sua homenagem pessoal a João Paulo
II, convidou Bento XVI a visitar o Iraque.
O Santo Padre encontrou o primeiro-ministro
iraquiano na residência apostólica de verão de Castel Gandolfo. Precedentemente, o
premier foi recebido pelo cardeal secretário de Estado, Tarcisio Bertone.
Os
colóquios _ informa uma nota da Sala de Imprensa da Santa Sé _ “se realizaram num
clima de cordialidade” e permitiram examinar alguns aspectos fundamentais da complexa
situação iraquiana. Foi dada atenção particular “ao tema dos numerosos refugiados
iraquianos, dentro e fora do país, que precisam de assistência, também em vista de
um auspiciado retorno”.
Foi também “renovada a condenação da violência que
quase todos os dias continua atingindo as diversas partes do país, sem poupar as comunidades
cristãs, que sentem fortemente a necessidade de uma maior segurança”.
Trata-se
de um Estado _ o Estado iraquiano _ no qual a história da comunidade cristã tem sido
marcada nos últimos anos por graves episódios de perseguição.
No dia 3 de junho
de 2007, em Mossul, norte do país, foram assassinados o pároco da igreja do Espírito
Santo, Pe. Ragheed Ganni, e três diáconos; em fevereiro deste ano foi seqüestrado
o arcebispo caldeu de Mossul, Dom Paulos Faraj Rahho, vindo depois a falecer durante
o cativeiro.
Sangue derramado, mas também atos de violência que muitas vezes
não fazem notícia, como o assalto ao arcebispo de Mossul em dezembro de 2004, as bombas
contra as igrejas nos anos sucessivos, o seqüestro em janeiro de 2005 do bispo sírio-católico
de Mossul, Dom Georges Casmoussa, e os seqüestros relâmpago de muitos cristãos.
Ademais,
centenas de milhares foram obrigados a deixar o país por causa de contínuas violências
e da crise econômica.
Num cenário tão dramático não faltam, porém, sinais de
esperança:
Durante os encontros, esta manhã, do premier iraquiano com o pontífice
e o secretário de Estado Vaticano foi expresso, em particular, “o auspício de que
o Iraque possa encontrar decididamente o caminho da paz e do desenvolvimento mediante
o diálogo e a colaboração de todos os grupos étnicos e religiosos, que no respeito
pelas várias identidades, providenciem juntos a reconstrução moral e civil do país”.
O
premier Nuri al Maliki doou ao papa um palma de prata, símbolo de paz. O Santo Padre
presenteou ao premier iraquiano uma caneta comemorativa dos 500 anos da Basílica de
São Pedro. (RL)