2008-07-18 14:51:05

Escolher a vida e o verdadeiro amor – esta a proposta de Bento XVI aos jovens em dificuldade que participam no Programa de recuperação “Alive”, da Universidade Notre Dame.


(18/7/2008) Um numeroso grupo que o Papa encontrou nesta sexta-feira de manhã, na igreja do Sagrado Coração de Jesus, desta Universidade Católica.
O Santo Padre partiu precisamente do nome deste Programa de intervenção – “Alive” (que quer dizer VIVO) – para se interrogar sobre o que quer realmente dizer “estar vivo”, viver plenamente a vida, observando:

“Isto é o que todos nós queremos, especialmente na juventude, e é isto o que Cristo quer para nós. Assim falou Ele: «Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância» (Jo 10, 10). O instinto mais radicado em todo o ser vivo é conservar a vida, crescer, desenvolver-se e transmitir aos outros o dom da vida.”

Aludindo ao texto bíblico em que Moisés recorda que cada um se encontre perante a alternativa de escolher entre a vida ou a morte, a felicidade ou a maldição, o que corresponde a seguir o Deus vivo e verdadeiro, rejeitando todos os “ídolos”, Bento XVI evocou algumas das formas de idolatria que nos podem tentar hoje em dia – como a acumulação egoísta dos bens ou um modo menos correcto de viver o amor:

“Para viver, temos necessidade de alimento. Mas, se formos glutões, se recusarmos partilhar o que temos com o faminto e o pobre, então transformamos estes bens numa falsa divindade. Quantas vozes se levantam na nossa sociedade materialista dizendo-nos que a felicidade se encontra dotando-se da maior quantidade possível de bens e de objectos de luxo! Mas isto significa transformar os bens em falsas divindades. Em vez de nos trazer a vida, levam-nos à morte.”

O mesmo se diga do amor, que, quando é autêntico é certamente coisa boa:

“O amor dá satisfação à nossa carência mais profunda; e, quando amamos, tornamo-nos mais nós mesmos, tornamo-nos humanos de forma mais plena. E todavia como se pode facilmente transformar o amor numa falsa divindade! As pessoas muitas vezes pensam que estão a amar, quando na realidade procuram possuir ou manipular o outro. Por vezes tratam-se os outros mais como objectos para satisfazer as próprias necessidades do que como pessoas que se devem prezar e amar… Isto é adorar uma falsa divindade. Em vez de nos trazer a vida, leva-nos à morte.”
“O culto dos bens materiais, o culto do amor possessivo e o culto do poder – observou o Papa - levam muitas vezes as pessoas a «comportar-se como se fossem Deus»: procurar assumir o controle total, sem ter qualquer consideração pela sabedoria ou pelos mandamentos que Deus nos deu a conhecer. Este é o caminho que conduz à morte. Pelo contrário, a adoração do único Deus verdadeiro significa reconhecer n’Ele a fonte de tudo o que é bem, confiarmo-nos nós mesmos a Ele, abrirmo-nos à força regeneradora da sua graça e obedecer aos seus mandamentos: este é o caminho para quem escolhe a vida.

Quase a concluir a sua alocução aos jovens em vias de recuperação, Bento XVI evocou a parábola do “filho pródigo” e o caminho de regresso à vida que ali Jesus exemplifica. O Papa referiu mesmo algumas das possíveis escolhas erradas que agora se deploram: “a decisão de abusar de droga ou álcool, de entrar em actividades criminosas ou autolesivas”… que porventura se apresentavam – erroneamente - “como um caminho para sair duma situação de dificuldade ou de confusão”, quando, na verdade, em vez de trazer a vida, representaram a morte.
Elogiando a coragem de que estes jovens deram provas ao aceitar este processo de recuperação, Bento XVI confiou-lhes uma missão: o de serem “embaixadores de esperança para quantos se encontram em idênticas situações”.








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