Inaugurada em Sidney pelo cardeal Pell a Jornada Mundial da Juventude 2008. Bento
XVi associar-se-á às celebrações a partir de quinta-feira
Um multidão de jovens reunidos na cidade australiana de Sidney para a Missa de abertura
da Jornada Mundial da Juventude 2008, a meio da tarde desta terça-feira, era manhã
cedo na Europa e na África. A cerimónia, presidida pelo Cardeal George Pell, arcebispo
local, foi marcada pela atenção dada às comunidades aborígenes, com danças tradicionais
em diversos momentos da celebração. Após uma procissão com as bandeiras de todos
os países presentes na JMJ, os principais símbolos da iniciativa – a cruz das Jornadas
e o ícone de Maria – chegaram a Barangaroo após uma peregrinação de 12 meses na Austrália.
Jovens aborígenes cantaram uma música tradicional de boas-vindas. Ecrãs gigantes
ao longo da Cidade permitiram aos habitantes de Sidney acompanhar a celebração, onde
foi sempre visível a internacionalidade do acontecimento, com leituras em diversas
línguas, incluindo o português. 26 Cardeais, 400 Bispos e cerca de 4 mil padres deram
vida, juntamente com dezenas de milhares de jovens, a uma das maiores celebrações
da história da Austrália. A organização do evento espera que, no final desta semana,
aquando das celebrações presididas pelo Papa, estejam no país peregrinos de quase
200 nações de todo o mundo.
Na sua homilia, o Cardeal Pell partiu da imagem
evangélica do “Bom pastor” e da “ovelha perdida”, frisando que a mensagem de Cristo
se dirige a todos, “em especial aos que não têm religião”. O Arcebispo de Sidney convidou
os presentes a estarem “sempre abertos” ao Espírito Santo, na linha do que tem sido
a preparação para a JMJ 2008, sempre dedicada à reflexão sobre a terceira pessoa da
Trindade. D. George Pell pediu aos jovens para não se deixarem dominar pelo conformismo:
“Não passeis a vida sem tomar posição, pensando que é melhor não escolher, porque
é dando atenção aos compromissos assumidos que podereis viver em plenitude”. “A
chamada do Deus único e verdadeiro parece misteriosa, especialmente hoje em dia, quando
muitas pessoas acham difícil ter fé” – observou o cardeal Pell. “Mesmo no tempo dos
profetas, muitos dos seus ouvintes pareciam surdos e cegos, enquanto algumas outras
épocas souberam admirar a beleza da doutrina de Cristo, embora sem se mobilizarem,
tantas vezes, para responderem à sua chamada”. “A nossa tarefa é estarmos abertos
ao poder do Espírito, e permitirmos que o Deus do inesperado actue através de nós”.
“Qualquer que seja a nossa situação, rezemos pedindo uma abertura de coração para
estarmos dispostos a dar o primeiro passo, ainda que tenhamos medo de arriscar. Se
tomarmos a mão de Deus, Ele fará o resto. Confiar – eis a chave. Deus não nos deixará
ficar mal.”
A celebração misturou o Gregoriano com cânticos e danças tradicionais
aborígenes – após a Comunhão, um grupo de peregrinos Maori cantou uma apresentação
de acção de graças, em nome dos povos nativos da Nova Zelândia. Na apresentação das
ofertas, os jovens representavam os cinco Continentes. Os peregrinos rezaram
pela “unidade da Igreja”, pelas “nações atingidas pela praga da guerra e do medo”,
pelos que vivem “na pobreza material ou espiritual” e pelos que perderam a vida por
causa da sua fé em Jesus.