VATICANO VAI AGENDAR ENCONTRO ENTRE PAPA E INGRID BETANCOURT
Cidade do Vaticano, 05 jul (RV) - O pedido da ex-refém das FARC Ingrid Betancourt
para se encontrar com Bento XVI foi aceito.
Em nota, o vice-diretor da Sala
de Imprensa da Santa Sé, Padre Ciro Benedettini, afirma: "O compreensível e nobre
desejo da Senhora Betancourt de ser recebida pelo papa poderá se realizar assim que
os compromissos do Santo Padre o permitirem".
O Vaticano está tentando marcar
um encontro entre Bento XVI e Ingrid Betancourt apesar das férias do Santo Padre,
anunciadas recentemente com a suspensão de compromissos públicos. A nota divulgada
para a imprensa lembra que "assim que recebeu a notícia da libertação, o Santo Padre
enviou para a Senhora Betancourt um telegrama de felicitações".
Bento XVI
demonstrou interesse pelo drama de Ingrid Betancourt durante o período em que ela
foi refém das FARC, fazendo publicamente apelos por sua libertação e recebendo, no
mês de fevereiro, a mãe de Ingrid, Yolanda Pulencio.
A propósito da libertação
dos reféns, a Rádio Vaticano entrevistou o bispo auxiliar de Bucaramanga, na Colômbia,
Dom Juan Vicente Córdova Villota:
D. Córdova Villota:- "Para os bispos
e para a Igreja colombiana foi um momento muito importante, porque nós trabalhamos
muito para esta libertação. Deve-se lembrar que os bispos foram chamados pelo governo
e pelos guerrilheiros para instaurar um diálogo. Há ainda outro aspecto a ser considerado:
em todo o mundo, a Colômbia não tem boa reputação porque as pessoas pensam que é um
país em que imperam a droga, a guerra. Agora, em troca, demonstramos a todo o mundo
que a Colômbia é capaz por si só de enfrentar os problemas e resolvê-los com sucesso.
Isso é muito importante para os bispos, para a Igreja, para o direito, para a verdade
e para a vida."
Como o caso foi recebido pela população, como sinal de
esperança, como sinal de que o país está mudando? D. Córdova Villota:-
"Sim, a esperança é muito importante para nós, porque temos uma história horrível
de sofrimento e os colombianos esperam vencer a guerra. Noventa e cinco por cento
dos colombianos são pessoas de bem, e agora estamos demonstrando que há uma esperança.
O mundo inteiro pode ver a Colômbia como um país onde se pode abrigar a paz. Agora,
temos necessidade de que outros países alimentem um pouco de esperança em relação
à Colômbia, um pouco de compreensão." (BF)