BISPOS DA GUATEMALA CRITICAM POLÍTICAS MIGRATÓRIAS DE EUA E UNIÃO EUROPÉIA
Cidade da Guatemala, 05 jul (RV) - A Pastoral da Mobilidade Humana da Conferência
Episcopal da Guatemala divulgou um comunicado após as decisões tomadas recentemente
pela União Européia e pelos Estados Unidos em relação aos imigrantes.
Os bispos
manifestam em primeiro lugar "solidariedade, apoio moral e espiritual a todos os imigrantes
que sofrem neste momento as perseguições, as detenções e as deportações nos Estados
Unidos", bem como a "todos que estão a ponto de sofrer com leis e políticas xenófobas
e ilegais que violam os direitos humanos fundamentais na União Européia".
Como
Igreja, os prelados rejeitam também as detenções e as deportações em massa de guatemaltecos
presentes nos Estados Unidos e no México, porque "esta postura de hostilidade e perseguição
não resolve a problemática migratória; são ações contraproducentes e desumanas".
Para
os bispos, diante de tal situação são necessárias "medidas governamentais para a reinserção
dos trabalhadores deportados e um programa de acolhimento, atenção e integração social
e de trabalho dos guatemaltecos deportados".
No caso da proposta em discussão
na União Européia, os prelados consideram que tal iniciativa "é excessivamente restritiva
e não oferece garantias suficientes para o respeito aos direitos humanos dos imigrantes".
Se for aprovada, a proposta prevê procedimentos tais como a possibilidade de serem
detidos por até 18 meses em centros de reclusão para estrangeiros.
O projeto
estabelece ainda que uma vez descobertos na clandestinidade, será fixado um prazo
entre 7 e 30 dias para que abandonem voluntariamente o país. Aos imigrantes expulsos,
será proibido, por um período de até 5 anos, entrar legalmente no território da União
Européia.
A propósito, os bispos da Guatemala lançam um apelo "às nações que
formam a União Européia, aos Estados Unidos e ao México, para que ajam de maneira
solidária sem danos aos imigrantes que, motivados por razões extremas (pobreza, desemprego,
insegurança, desastres naturais, guerra), saíram de seus próprios países para sobreviver
e salvaguardar a sua integridade física". (BF)