DOM AGOSTINO MARCHETTO: RESPEITO À CULTURA DOS CIGANOS FAVORECE A INTEGRAÇÃO E A SEGURANÇA
Cidade do Vaticano, 04 jul (RV) - Sem respeitar a cultura das populações nômades
pode ser difícil alcançar uma real integração e, portanto, em perspectiva, também
um grau aceitável de segurança social. Foi o que disse o secretário do Pontifício
Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, Dom Agostino Marchetto, convidando
todos os países a se moverem na direção do respeito pelos direitos fundamentais da
pessoa, ressaltando a experiência amadurecida pela Igreja em contato com os ciganos,
inspirada pelos valores do Evangelho. Entrevistado pela Rádio Vaticano, o arcebispo
Marchetto nos fala sobre essa experiência:
Dom Agostino Marchetto:-
“Diria que como compromisso é certamente o acolhimento que se traduz nas visitas.
Há inclusive quem viva segundo a maneira de viver dos ciganos. Existem sacerdotes
que vivem nos campos ciganos. Temos também a evangelização que está profundamente
ligada com a promoção humana. Naturalmente, nem em todos os países se fez um grande
caminho: há países mais avançados, com ótimos resultados, penso, por exemplo, na Espanha
que certamente no século passado realizou uma grande tarefa de integração. Em todo
caso, o que é importante é que vemos a coisa não somente de um ponto de vista ‘nacional’,
mas nos inserimos nos juízos, nos pensamentos, na ação de um contexto internacional.”
P.
Em muitas partes do mundo a integração dos ciganos com a população local do país acolhedor
apresenta comumente problemas. Baseado na experiência da Igreja, amadurecida em contato
direto com essa realidade, o que pode facilitar ou dificultar essa integração em nível
social? Dom Agostino Marchetto:- “A ação fundamental é
a questão cultural, porque mesmo se se estabilizaram ou semi-estabilizaram, os nossos
irmãos conservam uma cultura do movimento, do ser itinerante. E creio que isso crie
dificuldade porque incomoda a nossa estabilidade e diria também o ideal de ter tudo
seguro, estável.” (RL)