2008-06-29 13:10:38

O mundo globalizado precisa de unidade interior que vem da paz de Deus. A missão permanente de Pedro e do Papa como seu sucessor, é aquela de” fazer com que a Igreja nunca se identifique com uma única nação, uma única cultura, um único estado.


(29/6/2008) Neste Domingo, Solenidade de São Pedro e São Paulo, Bento XVI presidiu a Liturgia Eucaristica com a imposição do sagrado Palio a 40 arcebispos metropolitas, entre os quais D. José Sanches Alves, Arcebispo de Évora. Presente também o Patriarca Ecuménico de Constantinopla, Bartolomeu I, que foi acolhido pelo Papa à entrada da Basílica de São Pedro.
Com um gesto de grande valor ecuménico, durante a Missa desta manhã Bento XVI cedeu a palavra ao patriarca de Constantinopla Bartolomeu I pedindo que fosse ele a proferir a homilia para a grande festa dos Santos Pedro e Paulo, Padroeiros da Igreja de Roma e colocados como fundamento juntamente com os outros Apóstolos, da Igreja, una santa católica e apostólica. Esta festa, explicou o Papa,” traz-nos todos os anos a agradável presença de uma Delegação fraterna da Igreja de Constantinopla, que este ano, pela coincidência com a abertura do Ano Paulino é guiada pelo próprio Patriarca, Sua Santidade Bartolomeu I. A ele dirijo a minha saudação cordial, enquanto exprimo a alegria de ter mais uma vez a feliz oportunidade de trocar com ele o beijo da paz, na esperança comum de ver aproximar-se o dia da unitatis redintegratio- o dia da plena comunhão entre nós
O Papa saudou depois os membros da Delegação patriarcal e os representantes de outrsa igrejas e comunidades eclesiais que o honravam com a sua presença, oferecendo com isso um sinal da vontade de intensificar o caminho para a unidade plena entre os discípulos de Cristo.
Dispomo-nos agora - acrescentou Bento XVI a escutar as reflexões de Sua Santidade o Patriarca Ecuménico, palavras que queremos acolher com o coração aberto, porque vêm do nosso Irmão amado no Senhor
O Patriarca Bartolomeu observou, dirigindo-se ao Papa, que o diálogo teológico entre as nossas Igrejas graças á ajuda divina continua em frente, para além das notáveis dificuldades que subsistem sobre as conhecidas problemáticas.
Desejamos verdadeiramente – afirmou o Patriarca nesta sua homilia durante a Missa na Basílica de S. Pedro para a festa de São Pedro e São Paulo – e rezamos muito por isso, que estas dificuldades sejam superadas e que os problemas sejam dissolvidos mais rapidamente possível, para atingir o objecto do desejo final, a gloria de Deus.. A homilia do Patriarca Ecuménico Bartolomeu I terminou com os votos de uma próxima comunhão completa , união da fé e comunhão do Espírito Santo, nos laços da paz, nesta terra, e no céu a vida eterna e a grande misericórdia.
As palavras de Bartolomeu I foram acolhidas com um longo aplauso. Sucessivamente Bento XVI retomou a palavra e depois de ter agradecido ao Patriarca quis recordar que a missão permanente de Pedro e portanto a própria, como seu sucessor, é aquela de” fazer com que a Igreja nunca se identifique com uma única nação, com uma única cultura, com um único estado. Que seja sempre a Igreja de todos.
Que reúna a humanidade para além de qualquer fronteira e no meio das divisões deste mundo, torne presente a paz de Deus, a força reconciliadora do seu amor”.
Segundo Bento XVI, no mundo globalizado de hoje, graças á técnica igual em todo o lado, graças á rede mundial de informações, bem como graças á ligação de interesses comuns, existem novas maneiras de unidade, mas é uma unidade sobre as coisas materiais, que muitas vezes fazem explodir novos contrastes.
Pelo contrário o mundo precisa cada vez mais de unidade interior que provém da paz de Deus. Portanto a missão permanente de Pedro, mas também tarefa particular confiada á Igreja é reconduzir a esta unidade a humanidade inteira.
Depois da homilia Bento XVI e Bartolomeu I recitaram juntos o credo segundo o símbolo niceno-constantinopolitano na língua original grega, segundo o uso litúrgico das igrejas bizantinas.
Seguiu-se a oração universal dos fiéis cujas intenções foram propostas em seis línguas: alemão árabe,francês, swahili, chinês e português.
Seguiu-se depois a imposição do palio (faixa de lã branca com seis cruzes pretas de seda), uma insígnia litúrgica de “honra e jurisdição” Para além do próprio Papa, os Palios são também envergados pelos Arcebispos Metropolitas nas suas Igrejas e nas da sua Província eclesiástica. Esta insígnia é feita com a lã de dois cordeiros brancos benzidos pelos Papas na memória litúrgica de Santa Inês, a 21 de Janeiro.
Queremos salientar a este propósito que neste Domingo Bento XVI introduziu alterações nas suas vestes litúrgicas, alterando o palio que tinha vindo a actualizar; envergou de facto um palio de forma circular fechada, com os dois extremos pendendo no peito e nas costas. As cruzes que o adornam são sempre vermelhas, mas a forma é maior e mais larga.








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