2008-06-29 15:25:57

NO DIA DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO, ARCEBISPOS RECEBEM PÁLIO DO PAPA


Cidade do Vaticano, 29 jun (RV) - Na solenidade dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, o papa presidiu esta manhã a missa solene na Basílica de São Pedro, com a participação do Patriarca Ecumênico Bartolomeu I.

Nesta cerimônia, como é tradição, o papa também impôs o pálio aos 40 arcebispos nomeados no último ano. Entre eles, estão os arcebispos de Cascavel, no Paraná, Dom Mauro Aparecido dos Santos, e de Vitória da Conquista, na Bahia, Dom Luís Gonzaga Pepeu.

O pálio é um símbolo que manifesta a particular união do arcebispo que o recebe com o Bispo de Roma. Trata-se de uma faixa branca de lã colocada sobre os ombros, que representa o Bom Pastor que leva consigo o cordeiro até dar a própria vida, como o recordam as seis cruzes pretas bordadas no paramento.

Como já ocorreu no ano passado, a cerimônia deste domingo contou a presença do Patriarca Ecumênico Bartolomeu I, que rezou a profissão de fé, proferiu uma homilia, concedeu a benção com Bento XVI, e desceu com ele para orar junto ao túmulo de Pedro após a oração do Angelus.

Com efeito, hoje o pontífice rezou a oração dominical no interior da basílica, e em sua alocução pediu a unidade de todos os cristãos. Bento XVI recordou que ontem ele mesmo inaugurou o Ano Paulino, na Basílica de São Paulo fora dos Muros, com o Patriarca Ortodoxo: "Ano Paulino, evangelização, comunhão na Igreja e plena unidade de todos os cristãos: rezemos agora por estas grandes intenções, confiando-as à celeste intercessão de Maria Santíssima, Mãe da Igreja e Rainha dos Apóstolos".

Bento XVI se deteve especialmente no papel de Paulo em levar o Evangelho àqueles que, em relação aos judeus, eram os "distantes": "Esta dimensão missionária precisa ser sempre acompanhada pela unidade, representada por São Pedro, a rocha sobre a qual Jesus Cristo edificou a sua Igreja. Os carismas dos dois grandes apóstolos são complementares para a edificação do único povo de Deus, e os cristãos não podem dar um válido testemunho a Cristo se não estiverem unidos".

A missa teve início às 9h30 com a entrada na Basílica, em procissão, de Bartolomeu I, Bento XVI e os 40 arcebispos a quem o pálio foi imposto. O Evangelho de Mateus foi proclamado em latim e em grego por um diácono ortodoxo.

Após a liturgia da palavra, Bento XVI pediu ao Patriarca de Constantinopla que fosse ele a proferir a homilia para a festa dos Santos Pedro e Paulo, padroeiros da Igreja de Roma e alicerces da Igreja una, santa, católica e apostólica.

Bartolomeu I observou então que o diálogo teológico entre as duas Igrejas prossegue graças à ajuda divina, superando as dificuldades e os problemas. E ressaltou: "Desejamos realmente, e rezamos muito por isso, que estas dificuldades sejam superadas e que os problemas sejam resolvidos o mais rápido possível, para alcançarmos o nosso anseio final, a glória de Deus". A homilia do patriarca se encerrou com o auspício de que a comunhão completa possa ser celebrada em breve.

A Igreja de Constantinopla é o centro eclesiástico da ortodoxia em todo o mundo, e seu arcebispo tem o título de patriarca ecumênico, líder espiritual de 300 milhões de cristãos ortodoxos. Todos os anos, o patriarcado envia ao Vaticano uma delegação para participar da festividade de São Pedro e São Paulo. A Igreja Católica retribui com a visita de uma delegação a Istambul em 30 de novembro, festa de Santo André.

Por sua vez, em sua homilia, Bento XVI fez votos para que a Igreja "seja sempre de todos; que reúna a humanidade além de todas as fronteiras, que faça presente a paz de Deus, a força reconciliadora de seu amor".

"A missão permanente de Pedro, cabeça da Igreja, é fazer com que a Igreja jamais se identifique com uma só nação, com uma só cultura, um só Estado. O mundo globalizado, unido sobre os bens materiais que causam sempre novos contrastes, precisa sempre mais de unidade interior, que provém da paz de Deus. A missão permanente do papa e o dever confiado à Igreja é reconduzir a humanidade a esta unidade", disse o pontífice.

Depois da homilia, Bento XVI e Bartolomeu I recitaram juntos o credo niceno-constantinopolitano, na língua original grega, segundo o uso litúrgico das igrejas bizantinas. Seguiu-se a oração universal dos fiéis, cujas intenções foram propostas em seis línguas: alemão, árabe, francês, suaíli, chinês e português.

Na seqüência, o papa abençoou os pálios que foram impostos, um a um, aos arcebispos, com os quais Bento XVI se deteve por alguns instantes, de modo informal. No final da cerimônia, o patriarca retornou ao altar e concedeu a sua benção ao lado do pontífice. O primeiro a fazer o sinal da cruz, pronunciando a fórmula em latim, foi Bento XVI, seguido por Bartolomeu, que proferiu a sua benção em grego. (CM/BF)







All the contents on this site are copyrighted ©.