NO DIA DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO, ARCEBISPOS RECEBEM PÁLIO DO PAPA
Cidade do Vaticano, 29 jun (RV) - Na solenidade dos Santos Apóstolos Pedro
e Paulo, o papa presidiu esta manhã a missa solene na Basílica de São Pedro, com a
participação do Patriarca Ecumênico Bartolomeu I.
Nesta cerimônia, como é
tradição, o papa também impôs o pálio aos 40 arcebispos nomeados no último ano. Entre
eles, estão os arcebispos de Cascavel, no Paraná, Dom Mauro Aparecido dos Santos,
e de Vitória da Conquista, na Bahia, Dom Luís Gonzaga Pepeu.
O pálio é um símbolo
que manifesta a particular união do arcebispo que o recebe com o Bispo de Roma. Trata-se
de uma faixa branca de lã colocada sobre os ombros, que representa o Bom Pastor que
leva consigo o cordeiro até dar a própria vida, como o recordam as seis cruzes pretas
bordadas no paramento.
Como já ocorreu no ano passado, a cerimônia deste domingo
contou a presença do Patriarca Ecumênico Bartolomeu I, que rezou a profissão de fé,
proferiu uma homilia, concedeu a benção com Bento XVI, e desceu com ele para orar
junto ao túmulo de Pedro após a oração do Angelus.
Com efeito, hoje o pontífice
rezou a oração dominical no interior da basílica, e em sua alocução pediu a unidade
de todos os cristãos. Bento XVI recordou que ontem ele mesmo inaugurou o Ano Paulino,
na Basílica de São Paulo fora dos Muros, com o Patriarca Ortodoxo: "Ano Paulino, evangelização,
comunhão na Igreja e plena unidade de todos os cristãos: rezemos agora por estas grandes
intenções, confiando-as à celeste intercessão de Maria Santíssima, Mãe da Igreja e
Rainha dos Apóstolos".
Bento XVI se deteve especialmente no papel de Paulo
em levar o Evangelho àqueles que, em relação aos judeus, eram os "distantes": "Esta
dimensão missionária precisa ser sempre acompanhada pela unidade, representada por
São Pedro, a rocha sobre a qual Jesus Cristo edificou a sua Igreja. Os carismas dos
dois grandes apóstolos são complementares para a edificação do único povo de Deus,
e os cristãos não podem dar um válido testemunho a Cristo se não estiverem unidos".
A missa teve início às 9h30 com a entrada na Basílica, em procissão, de Bartolomeu
I, Bento XVI e os 40 arcebispos a quem o pálio foi imposto. O Evangelho de Mateus
foi proclamado em latim e em grego por um diácono ortodoxo.
Após a liturgia
da palavra, Bento XVI pediu ao Patriarca de Constantinopla que fosse ele a proferir
a homilia para a festa dos Santos Pedro e Paulo, padroeiros da Igreja de Roma e alicerces
da Igreja una, santa, católica e apostólica.
Bartolomeu I observou então que
o diálogo teológico entre as duas Igrejas prossegue graças à ajuda divina, superando
as dificuldades e os problemas. E ressaltou: "Desejamos realmente, e rezamos muito
por isso, que estas dificuldades sejam superadas e que os problemas sejam resolvidos
o mais rápido possível, para alcançarmos o nosso anseio final, a glória de Deus".
A homilia do patriarca se encerrou com o auspício de que a comunhão completa possa
ser celebrada em breve.
A Igreja de Constantinopla é o centro eclesiástico
da ortodoxia em todo o mundo, e seu arcebispo tem o título de patriarca ecumênico,
líder espiritual de 300 milhões de cristãos ortodoxos. Todos os anos, o patriarcado
envia ao Vaticano uma delegação para participar da festividade de São Pedro e São
Paulo. A Igreja Católica retribui com a visita de uma delegação a Istambul em 30 de
novembro, festa de Santo André.
Por sua vez, em sua homilia, Bento XVI fez
votos para que a Igreja "seja sempre de todos; que reúna a humanidade além de todas
as fronteiras, que faça presente a paz de Deus, a força reconciliadora de seu amor".
"A missão permanente de Pedro, cabeça da Igreja, é fazer com que a Igreja jamais
se identifique com uma só nação, com uma só cultura, um só Estado. O mundo globalizado,
unido sobre os bens materiais que causam sempre novos contrastes, precisa sempre mais
de unidade interior, que provém da paz de Deus. A missão permanente do papa e o dever
confiado à Igreja é reconduzir a humanidade a esta unidade", disse o pontífice.
Depois
da homilia, Bento XVI e Bartolomeu I recitaram juntos o credo niceno-constantinopolitano,
na língua original grega, segundo o uso litúrgico das igrejas bizantinas. Seguiu-se
a oração universal dos fiéis, cujas intenções foram propostas em seis línguas: alemão,
árabe, francês, suaíli, chinês e português.
Na seqüência, o papa abençoou os
pálios que foram impostos, um a um, aos arcebispos, com os quais Bento XVI se deteve
por alguns instantes, de modo informal. No final da cerimônia, o patriarca retornou
ao altar e concedeu a sua benção ao lado do pontífice. O primeiro a fazer o sinal
da cruz, pronunciando a fórmula em latim, foi Bento XVI, seguido por Bartolomeu, que
proferiu a sua benção em grego. (CM/BF)