2008-06-28 11:44:48

Igreja lamenta «instrumentalização» de quem parte do seu país e salienta a importância de olhar o fenómeno migratório numa perspectiva social


(28/6/2008) O Fórum de Organizações Católicas para a Imigração (FORCIM) condenou a recente aprovação da Directiva do Parlamento Europeu e do Conselho relativa ao regresso de imigrantes em situação ilegal, frisando que a mesma reforça a “instrumentalização” destas pessoas, ignorando os dramas humanos que tantas vezes as acompanham.
“Lamentamos que a presente Directiva não apresenta um avanço significativo na implementação de princípios comuns a nível da União Europeia para a deportação de imigrantes e a protecção dos direitos fundamentais dos migrantes”, refere este Fórum, no final de uma reunião de trabalho que decorreu esta Sexta-feira, 27 de Junho, em Lisboa.
Em comunicado estes responsáveis sublinham que é importante olhar o fenómeno migratório numa perspectiva social, vendo nos migrantes pessoas que se deslocam para construir ou reconstruir um projecto de vida. As medidas de controlo dos fluxos migratórios devem levar em conta, neste sentido, o apoio e o compromisso dos países europeus em relação ao desenvolvimento dos países de origem dos imigrantes.
Os membros do FORCIM criticam uma concertação dos Estados-Membros da UE “nivelada pelo mínimo” e afirmam que as leis e orientações comunitárias devem reflectir mais os valores subjacentes à construção da política europeia.
Noutro sentido, lembram que muitas das situações de irregularidade são provocadas por inadequação dos canais legais, com excessos de burocracia e mecanismos institucionais.
Num outro ponto, o Fórum chama a atenção para a questão da integração, pedindo investimento neste vector de dois sentidos, de forma a que espelhe valores humanos e humanizantes.
O Fórum de Organizações Católicas para a Imigração (FORCIM) é composto pelas seguintes instituições: Capelania dos Imigrantes Africanos; Caritas Portuguesa; Centro Padre Alves Correia; Comissão Justiça e Paz da Conferência dos Religiosos Portugueses; Comissão Episcopal da Mobilidade Humana; Comissão Nacional Justiça e Paz; Coordenação Nacional dos Imigrantes Ucranianos; Fundação Ajuda à Igreja que Sofre; Liga Operária Católica – Movimento de Trabalhadores Cristãos; Obra Católica Portuguesa de Migrações; Rede África-Europa Fé e Justiça; Rede Hispano-Lusa das Mulheres Vítimas de Tráfico; Serviço Jesuíta aos Refugiados.








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