BENTO XVI USARÁ NOVO PÁLIO NO DOMINGO SOLENIDADE DE SÃO PEDRO E SÃO PAULO
Cidade do Vaticano, 27 jun (RV) - O pálio que o Papa Bento XVI usará a partir
do próximo domingo, solenidade de São Pedro e São Paulo, será diferente do atual:
terá uma forma circular fechada, com os dois extremos pendendo em meio ao peito e
nas costas. As cruzes que o adornam continuarão sendo vermelhas mas a forma será maior
e mais larga.
Segundo explicou Mons. Guido Marini, mestre das Celebrações Litúrgicas
Pontifícias, ao jornal “L’Osservatore Romano”, com estas mudanças se recupera um pouco
da forma anterior ao pontificado de João Paulo II, ainda que mais largo e com as cruzes
vermelhas (anteriormente eram de cor negra).
O pálio pontifício, vestimenta
litúrgica que é utilizada desde a antiguidade, é um pano de lã branca que utilizam
somente o Papa e os arcebispos metropolitanos (o do Papa é diferente ao dos arcebispos),
adornado com seis cruzes e três cravos, símbolo da Paixão.
É confeccionado
com a lã de dois cordeirinhos que o Papa abençoa no dia de Santa Inês (21 de janeiro),
tecido posteriormente pelas monjas beneditinas de Santa Cecília. Os novos pálios são
colocados em uma urna diante do Túmulo de São Pedro, e em 29 de junho o Papa os entrega
somente aos novos arcebispos nomeados durante o ano.
A forma do pálio papal
mudou com o passar do tempo: desde a forma de faixa antiga à de fita, a partir do
século VI, até a forma atual que se originou no século X, e com seis cruzes negras
incorporadas no século XV. O Papa Bento XVI utilizava até agora um pálio parecido
aos que se usavam antes do século X, cruzado sobre o homem e com cinco cruzes vermelhas,
símbolo das chagas de Cristo.
Como explica Mons. Marini, o pálio cruzado sobre
o ombro que Bento XVI utilizou até agora “trazia vários problemas e inconvenientes”,
pelo que se decidiu voltar à forma circular.
Mas esta não é a única mudança
realizada na vestimenta litúrgica papal, já que há alguns meses – explicou Mons. Marini
– o Papa decidiu utilizar um báculo dourado e com forma de cruz grega, que havia utilizado
Pio IX, no lugar do prateado com a figura do Crucificado que Paulo VI introduziu.
“Esta
escolha não significa simplesmente uma volta ao antigo – explicou Mons. Marini – mas
mostra um desenvolvimento na continuidade, um enraizamento na tradição que permite
seguir adiante ordenadamente na mudança da história. Este báculo pastoral, chamado
‘férula’, responde mais fielmente à forma do báculo papal típico da tradição romana,
que sempre havia sido em forma de cruz e sem crucificado”. (SP)