Bispos dos países mais ricos apontam falta de compromisso no combate à pobreza e às
consequências das alterações climáticas, em carta aos dirigentes dos paises do G8
(21/6/2008) Os bispos católicos dos países do G8 querem pressionar os seus dirigentes
a comprometerem-se no combate à pobreza e a enfrentarem as consequências das alterações
climáticas. A poucos dias da reunião do G8, marcada para os dias 7 a 9 de Julho,
no Japão, os presidentes das Conferências Episcopais da Alemanha, Canadá, Estados
Unidos, França, Grã-Bretanha, Itália, Japão e Rússia exigem aos seus chefes de estado
e de governo “o reforço do seu compromisso nas acções para reduzir a pobreza no mundo
e a reagirem às alterações climáticas”. Numa carta datada de 19 de Junho, os bispos
relembram que em 2005, os países ricos acordaram a doação de 50 biliões de dólares
por ano para a ajuda ao desenvolvimento até 2010, sendo que metade da quantia se destinava
a África. “Este compromisso deve ser respeitado e outros devem ser iniciados nas
áreas da saúde, educação e assistência humanitária”. Os bispos sublinham também
que os pobres, cujas actividades têm um pequeno impacto nas alterações climáticas,
“estão a suportar desproporcionalmente, os efeitos negativos das actividades dos países
ricos, entre riscos de conflitos, aumento do preço de energia e problemas de saúde”.
Na carta é recordado o apelo que Bento XVI fez a 18 de Abril, na sede das Nações
Unidas, para uma “acção colectiva em questões como a segurança, os objectivos de desenvolvimento,
a redução das desigualdades, a protecção do ambiente, dos recursos e do clima”. “A
Cimeira do G8 vai examinar questões da maior importância para a vida e dignidade das
pessoas. Rezamos para que o vosso encontro seja cheio do espírito de cooperação que
permita trabalhar para o bem comum”, concluem os bispos.