Audiência geral dedicada a Santo Isidoro de Sevilha. Papa evoca o Congresso Eucarístico
Internacional de Québec
(18/6/2008) Bento XVI faz votos de que o Congresso Eucarístico Internacional, que
decorre esta semana na cidade de Québec, “reavive nos crentes” de todo o mundo “a
consciência daqueles valores evangélicos e espirituais que forjaram a sua identidade
ao longo da história”. Foi no final da audiência geral, na Praça de São Pedro, que
o Papa se referiu a este importante acontecimento eclesial que se realiza desta vez
no Canadá, tendo como tema “A Eucaristia, dom de Deus para a vida do mundo”.
“Desloco-me
em espírito a este solene encontro eclesial, fazendo votos de que seja para as comunidades
cristãs do Canadá e para a Igreja universal um tempo forte de oração, de reflexão
e de contemplação do mistério da santa Eucaristia. Seja também ocasião propícia para
reafirmar a fé da Igreja na presença real de Cristo no Santíssimo Sacramento do Altar. Rezemos
também para que este Congresso Eucarístico Internacional reavive nos crentes, não
só do Canadá mas de tantas outras Nações do mundo, a consciência daqueles valores
evangélicos e espirituais que forjaram a sua identidade ao longo da história”.
A
catequese do Papa nesta audiência geral foi dedicada a Santo Isidoro, irmão mais novo
de São Leandro, bispo de Sevilha e grande amigo do Papa Gregório Magno. No ano 599
sucedeu ao irmão na sede de Sevilha. É considerado o último dos “Padres da Igreja”
da antiguidade. Pouco depois da sua morte, no ano 636, o Concílio de Toledo definiu-o
como “glória da Igreja Católica”. Isidoro, que na infância conheceu o exílio,
foi educado num ambiente de disciplina e estudo. Na sua vida pessoal, experimentou
um permanente conflito interior entre o desejo de se dedicar unicamente à meditação
da Palavra de Deus e as exigências da caridade para com os irmãos, de cuja salvação,
como Bispo, se sentia responsável. A vastidão dos seus conhecimentos permitiu-o
confrontar continuamente a novidade cristã com a herança clássica greco-romana, sem
nada negligenciar do que a experiência humana tinha produzido na história da sua pátria
e do mundo. Contudo, aconteceu-lhe por vezes não conseguir fazer passar através das
águas purificadoras da fé cristã os conhecimentos que possuía. A lição que nos deixa
este grande bispo de Sevilha é que não é possível viver nem amor sem fazer ao mesmo
tempo a experiência da contemplação e da acção”
De entre os cerca de quinze
mil peregrinos presentes, havia-os também de língua portuguesa. Bento XVI dirigiu-lhes
uma saudação:
“A todos
os amados ouvintes de língua portuguesa, com cordiais saudações, desejo felicidades,
graça e paz no Senhor Jesus Cristo. Saúdo em particular os peregrinos portugueses
da Diocese de Viana do Castelo: que a Virgem de Fátima vos acompanhe e ampare sempre
na caminhada da fé e no crescimento do amor pelo próximo, e consiga todo o bem para
os que vos são queridos. Com a minha Bênção Apostólica.”