2008-06-17 20:16:59

BISPOS DO PAQUISTÃO EM VISITA ‘AD LIMINA’: A REALIDADE DA IGREJA NO PAÍS ASIÁTICO


Cidade do Vaticano, 17 jun (RV) - Está em andamento nestes dias, no Vaticano, a visita ‘ad Limina’ dos bispos do Paquistão. Ontem, segunda-feira, o papa recebeu um primeiro grupo de prelados do país asiático de maioria muçulmana. De fato, 97% dos 167 milhões de paquistaneses são de fé islâmica. Os cristãos representam 2,5% da população. Os católicos são pouco mais de um milhão. Aproveitamos para apresentar um breve perfil da Igreja no Paquistão.

”A missão da Igreja vai avante entre dificuldades de todos os tipos”, mas “fazemos aquilo que nos é possível e não nos desencorajamos”: é o que ressalta o Arcebispo de Lahore e presidente do episcopado paquistanês, Dom Lawrence Saldanha. Formalmente a Constituição da República islâmica do Paquistão salvaguarda os direitos das minorias religiosas.

Todavia, os católicos, em reiteradas ocasiões, foram vítimas de episódios de intolerância, ligados à “lei sobre a blasfêmia” que pune com a prisão perpétua quem difama o Alcorão. Porém, não faltam áreas no país nas quais as relações entre cristãos e muçulmanos são marcadas por um espírito de respeito e colaboração.

Com a Igreja dividida em sete circunscrições eclesiásticas, os fiéis do Paquistão são confiados aos cuidados pastorais de 270 sacerdotes. Contribuem em sua obra 169 religiosos e 753 religiosas. É particularmente importante o papel dos catequistas leigos. A Igreja paquistanesa é muito atuante no campo social e da saúde, sobretudo mediante as suas 560 instituições educacionais e os 128 hospitais, dispensários e casas para anciãos.

Entrevistado pela Rádio Vaticano, o Arcebispo de Karachi, Dom Evarist Pinto, nos fala sobre a importância desta visita ‘ad Limina’:

Dom Evarist Pinto:- ”Nestes dias, visitaremos também as Congregações, além de visitar o papa. Após esse encontro podemos voltar a anunciar o Evangelho, reforçados para pregar a todos a Boa Nova.”

P. Quanto é importante o diálogo com as outras confissões, para encontrar um caminho de paz comum? 
Dom Evarist Pinto:- ”A Igreja não existe somente para nós, nós vivemos entre cristãos e fiéis de outras confissões. Existe também o diálogo cotidiano entre as pessoas comuns, que se encontram juntas. Muitas vezes os problemas são comuns e nós ajudamos a Igreja a realizar aquilo que é um objetivo comum.”

P. A pobreza é uma chaga no mundo. Como a Igreja católica no Paquistão se ocupa dos pobres, dos necessitados em seu país? 
Dom Evarist Pinto:- ”A Igreja sempre se preocupou pelos pobres. Também em nosso primeiro encontro nessa visita ‘ad Limina’, o prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, Cardeal Ivan Dias, nos exortou a vivermos como pobres entre os pobres. Devemos fazer um caminho rumo à educação e ao desenvolvimento, de modo que os pobres possam sair da pobreza.”

P. O papa dedica sempre uma grande atenção à questão da família cristã. Qual é a atenção que Igreja paquistanesa dedica à família? 
Dom Evarist Pinto:- ”A família representa a unidade da Igreja: se a família for forte também a Igreja será forte. Sabemos que há uma grande influência do secularismo, especialmente nas grandes cidades. Devemos construir a fé e mostrar a face de Cristo, que isso possa edificar as nossas comunidades, as nossas famílias.” (RL)







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