BISPOS DO PAQUISTÃO EM VISITA ‘AD LIMINA’: A REALIDADE DA IGREJA NO PAÍS ASIÁTICO
Cidade do Vaticano, 17 jun (RV) - Está em andamento nestes dias, no Vaticano,
a visita ‘ad Limina’ dos bispos do Paquistão. Ontem, segunda-feira, o papa recebeu
um primeiro grupo de prelados do país asiático de maioria muçulmana. De fato, 97%
dos 167 milhões de paquistaneses são de fé islâmica. Os cristãos representam 2,5%
da população. Os católicos são pouco mais de um milhão. Aproveitamos para apresentar
um breve perfil da Igreja no Paquistão.
”A missão da Igreja vai avante entre
dificuldades de todos os tipos”, mas “fazemos aquilo que nos é possível e não nos
desencorajamos”: é o que ressalta o Arcebispo de Lahore e presidente do episcopado
paquistanês, Dom Lawrence Saldanha. Formalmente a Constituição da República islâmica
do Paquistão salvaguarda os direitos das minorias religiosas.
Todavia, os católicos,
em reiteradas ocasiões, foram vítimas de episódios de intolerância, ligados à “lei
sobre a blasfêmia” que pune com a prisão perpétua quem difama o Alcorão. Porém, não
faltam áreas no país nas quais as relações entre cristãos e muçulmanos são marcadas
por um espírito de respeito e colaboração.
Com a Igreja dividida em sete circunscrições
eclesiásticas, os fiéis do Paquistão são confiados aos cuidados pastorais de 270 sacerdotes.
Contribuem em sua obra 169 religiosos e 753 religiosas. É particularmente importante
o papel dos catequistas leigos. A Igreja paquistanesa é muito atuante no campo social
e da saúde, sobretudo mediante as suas 560 instituições educacionais e os 128 hospitais,
dispensários e casas para anciãos.
Entrevistado pela Rádio Vaticano, o Arcebispo
de Karachi, Dom Evarist Pinto, nos fala sobre a importância desta visita ‘ad Limina’:
Dom
Evarist Pinto:- ”Nestes dias, visitaremos também as Congregações, além de visitar
o papa. Após esse encontro podemos voltar a anunciar o Evangelho, reforçados para
pregar a todos a Boa Nova.”
P. Quanto é importante o diálogo com as outras
confissões, para encontrar um caminho de paz comum? Dom Evarist Pinto:-
”A Igreja não existe somente para nós, nós vivemos entre cristãos e fiéis de outras
confissões. Existe também o diálogo cotidiano entre as pessoas comuns, que se encontram
juntas. Muitas vezes os problemas são comuns e nós ajudamos a Igreja a realizar aquilo
que é um objetivo comum.”
P. A pobreza é uma chaga no mundo. Como a Igreja
católica no Paquistão se ocupa dos pobres, dos necessitados em seu país? Dom
Evarist Pinto:- ”A Igreja sempre se preocupou pelos pobres. Também em nosso primeiro
encontro nessa visita ‘ad Limina’, o prefeito da Congregação para a Evangelização
dos Povos, Cardeal Ivan Dias, nos exortou a vivermos como pobres entre os pobres.
Devemos fazer um caminho rumo à educação e ao desenvolvimento, de modo que os pobres
possam sair da pobreza.”
P. O papa dedica sempre uma grande atenção à questão
da família cristã. Qual é a atenção que Igreja paquistanesa dedica à família? Dom
Evarist Pinto:- ”A família representa a unidade da Igreja: se a família for forte
também a Igreja será forte. Sabemos que há uma grande influência do secularismo, especialmente
nas grandes cidades. Devemos construir a fé e mostrar a face de Cristo, que isso possa
edificar as nossas comunidades, as nossas famílias.” (RL)