DOUTRINA SOCIAL E GLOBALIZAÇÃO DA SOLIDARIEDADE: PALESTRA DO CARDEAL RENATO MARTINO
NA PUC DE SÃO PAULO
São Paulo, 13 jun (RV) - O Presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da
Paz, cardeal Renato Martino, proferiu um discurso 4ª feira no Centro cultural “Fé
e cultura” da Universidade Católica de São Paulo.
Basicamente, o cardeal falou
sobre a Doutrina Social e a globalização da solidariedade, seja nas nações como na
sociedade civil internacional. A este respeito, estigmatizou certas ONG’s de países
ricos que pretendem impor aos habitantes de países pobres práticas e estilos de vida
próprios de setores radicais das sociedades avançadas, sobretudo no campo da saúde
reprodutiva. “A Santa Sé sempre considerou isto como formas modernas de colonialismo
cultural e eugenético inaceitáveis para os países pobres” – frisou o cardel Martino.
O cardeal italiano abordou também a atuação dos direitos humanos, relevando
o ‘espaço’ existente entre uma série de direitos ‘novos’, promovidos pelas sociedades
tecnologicamente mais avançadas, e os direitos mais elementares, como o direito ao
alimento, à água, à autodeterminação e independência – ainda não satisfeitos nas regiões
mais pobres do planeta.
Enfim, em terceiro lugar, no campo da solidariedade,
o cardeal ressaltou a relação entre as gerações. O Presidente de “Justiça e Paz’ pediu
que seja levado em conta o critério da destinação universal dos bens.
Ao abordar
o nexo entre Doutrina social e esperança, o cardeal reivindicou, entre outras coisas,
o caráter público do cristianismo, e o seu ser ‘indispensável’ para a construção da
sociedade baseada na justiça e na paz. Evocando a encíclica Spe salvi de Bento XVI,
reafirmou que se a esperança cristã for eliminada do espaço público, Deus será eliminado
do mundo, e “um mundo sem Deus é um mundo sem esperança”. (CM)