"PAPEL DA MULHER DEVE SER RESSALTADO" - DIZEM BISPOS DE MOÇAMBIQUE
Maputo, 12 jun (RV) - Analisando a situação do país, os bispos moçambicanos
falam “da existência de numerosos sinais de esperança, como resultado de escolhas
efetuadas pelos responsáveis pela gestão dos negócios públicos”.
“Apoiamos
e encorajamos aqueles que se empenham pela paz e trabalham para que todos os moçambicanos
tenham a vida, e vida em abundância” afirmam os bispos de Moçambique numa mensagem
sobre a vida social do país.
”Portanto, acolhemos positivamente as decisões
do governo da República de Moçambique para lutar contra a pobreza, que é ainda uma
realidade forte e dolorosa em nosso país. Como resultado dessas escolhas políticas,
observamos a melhoria das linhas de comunicação, através da construção, a manutenção
e a reabilitação de estradas e pontes, o aumento das infra-estruturas sociais, com
especial atenção à expansão da rede escolar, à ampliação do ensino superior, com a
criação de institutos superiores e de universidades em todas as províncias do país.
O mesmo acontece com a rede de telefonia e de energia. Finalmente, é louvável a ampliação
da rede sanitária, seja por parte do Estado, seja com o apoio de parceiros, entre
os quais a Igreja católica”.
Os Bispos estão satisfeitos também com a promoção
da auto-estima nacional, como uma importante condição para que os moçambicanos assumam
a consciência de que são os primeiros agentes de desenvolvimento e responsáveis pelo
seu destino e pela construção do bem comum.
Entre os protagonistas desse renascimento
moçambicano estão as mulheres: “constatamos que no nosso País há mulheres engajadas
em muitas tarefas e frentes. A população feminina em Moçambique deve, porém, ser proporcionalmente
mais visível, principalmente pelo único e insubstituível papel das mulheres como agentes
da educação para as gerações presentes e futuras e, em muitos casos, como principais
responsáveis pela produção e gestão de bens e serviços domésticos a favor de toda
a família”.
A Conferência Episcopal expressa preocupação com os freqüentes
desastres naturais que afetam o país e pede ao governo um maior esforço para preveni-los
e enfrentar suas conseqüências. É também particularmente dramática a difusão da AIDS,
sobretudo pelo elevado número de crianças que contraíram a doença da mãe. Os bispos
exortam o governo a fornecer assistência adequada aos doentes e iniciar a produção
de medicamentos anti-retrovirais. Ao mesmo tempo, recordam a posição da Igreja para
prevenir a ulterior difusão do vírus HIV: vida sexual responsável, abstinência para
os não-casados, e fidelidade matrimonial. (CM)