2008-06-10 20:49:29

EXPECTATIVAS E ESPERANÇAS DA IGREJA EM BANGLADESH CARACTERIZAM VISITA 'AD LIMINA' DOS BISPOS DO PAÍS


Cidade do Vaticano, 10 jun (RV) - Teve início ontem, segunda-feira, a qüinqüenal visita 'ad Limina' dos bispos de Bangladesh.

Entre os 49 Estados menos desenvolvidos e um dos mais populosos do planeta, Bangladesh tem quase 140 milhões de habitantes, com dimensão territorial aproximativamente igual à do Estado do Ceará. A expectativa de vida em Bangladesh é de 62 anos, tendo à disposição menos de um médico e de um leito hospitalar para cada três mil pessoas, e um telefone para cada 130 cidadãos, com mais da metade da população analfabeta.

Um quadro desconfortante agravado por um clima adverso, que origina enchentes desastrosas: ainda se recordam as enchentes de dez anos atrás, que deixaram 30 milhões de bengaleses desabrigados, e ainda as enchentes de 2004.

Acrescenta-se a isso um cenário político de instabilidade crônica. República independente desde 1971, após uma insurreição, já havia sido anexada ao Paquistão após o fim, em 1947, do domínio colonial britânico.

Sob governo militar até 1990, as eleições de 91 vencidas pelo moderado Partido Nacional sancionaram seu retorno à legalidade constitucional, mas os ásperos contrastes entre o centro-direita guiado pelo Partido BNP e as oposições de inspiração socialista e pró-indiana levaram o país em várias ocasiões à beira da guerra civil.

Em janeiro passado, o governo de transição, diante de violentas manifestações de praça, declarou estado de emergência, ainda hoje em vigor, marcado por repetidos protestos e confrontos entre manifestantes e polícia, e por detenções de políticos acusados de corrupção.

No plano religioso, Bangladesh é um país de maioria muçulmana; os hinduístas são cerca de 10%; os cristãos são uma exígua minoria, cerca de 1%, dos quais 0,2% são católicos, cuja visibilidade é assegurada pelas numerosas obras educacionais, de saúde e caritativas. Desde 1988, a religião de Estado é o Islã, embora no papel permaneça garantida a liberdade religiosa.

Entre os desafios pastorais para a Igreja Católica, encontra-se hoje, certamente, a inculturação da fé e o diálogo ecumênico e inter-religioso diante do emergir do radicalismo muçulmano e do incremento das seitas pseudocristãs. Outros temas prioritários são a formação dos leigos, a promoção da família, uma maior atenção às mídias e às relações com a sociedade civil. (RL/BF)







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