Educar para a esperança na oração, na acção, no sofrimento;.. não é a ciência mas
o amor que redime o homem”. Bento XVI na inauguração do encontro eclesial promovido
pela diocese de Roma
(10/6/2008) Hoje não é fácil viver no sinal da esperança cristã, afirmou Bento XVI
nesta segunda feira á noite inaugurando na Basílica de São João de Latrão, o encontro
pastoral da diocese de Roma. Na sociedade de hoje e também na amada cidade de Roma,
prevalecem muitas vezes - salientou – atitudes de desconfiança, de desilusão e de
resignação que caracterizam não só a grande esperança, mas também aquelas pequenas
esperanças que nos sustentam na nossa vida quotidiana. Em particular, para Bento XVI
é difusa a sensação que para a Itália assim como para a Europa, os anos melhores
já passaram incumbindo agora um destino de precariedade e de incerteza para as novas
gerações. Pelo contrário, as nossas expectativas melhores concentram-se nas ciências
e nas tecnologias, como se ,somente delas pudesse vir a solução dos problemas. Daqui
a afirmação central de Bento XVI: “Seria insensato negar ou minimizar o enorme
contributo das ciências e das tecnologias para a transformação do mundo e das nossas
condições de vida concretas, mas seria da mesma maneira míope ignorar que os seus
progressos colocam nas mãos do homem também possibilidades abissais de mal e que,
em todo o caso, não são as ciências e as tecnologias que poderão dar um sentido á
nossa vida e ensinar-nos a distinguir o bem do mal. Portanto, como escrevi na Spe
salvi, não é a ciência mas o amor que redime o homem” . A nossa civilização
e a nossa cultura, que desde há dois mil anos encontraram Cristo tendem demasiadas
vezes - denunciou Bento XVI - a colocar Deus entre parêntesis , a organizar sem Ele
a vida pessoal e social, e também a considerar que, de Deus, não se possa conhecer
nada, chegando mesmo a negar a sua existência. Mas, quando Deus é posto de lado, nenhuma
coisa que nos preme pode encontrar uma colocação estável: todas as grandes e pequenas
esperanças apoiam no vazio. Daqui a necessidade de abrir a Deus o nosso coração, o
nosso intelecto e a nossa vida, para sermos no meio dos nossos irmãos, suas testemunhas
credíveis. Como objectivo do próximo ano pastoral Bento XVI entregou á sua diocese
aquele de reflectir sobre a maneira de educar concretamente para a esperança, identificando
alguns lugares da sua aprendizagem pratica e do seu exercício efectivo. Educar
para a esperança na oração, na acção, no sofrimento, aliás o titulo deste encontro
diocesano no qual, durante três dias tomarão parte milhares de pessoas, entre párocos,
sacerdotes, religiosos e religiosas, fiéis leigos e os jovens das paroquias, das associações
e dos movimentos.