2008-06-04 20:39:31

DIÁLOGO NA VERDADE E NA CARIDADE É TEMA DA PLENÁRIA DO PONTIFÍCIO CONSELHO PARA O DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO


Cidade do Vaticano, 04 jun (RV) - Teve início esta manhã, em Roma, a plenária do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso. O tema é: "O diálogo na verdade e na caridade: orientações pastorais".

Durante os trabalhos, se falará da elaboração de um novo documento sobre as linhas mestras do diálogo com as outras religiões. A plenária foi aberta pelo presidente do organismo vaticano, Cardeal Jean-Louis Tauran.

Na inauguração, o Cardeal Tauran ressaltou que, como fiéis, sabemos que Deus "é o único que dá o sentido último à nossa vida e à história humana", e estamos, portanto, "comprometidos a buscar a verdade. A amá-la. A defendê-la. A transmiti-la".

Se, por um lado, como cristãos "sabemos que o Espírito Santo opera em todo homem e em toda mulher independentemente de seu credo religioso ou espiritual, por outro lado devemos proclamar que Cristo é 'o Caminho, a Verdade e a Vida'. Jesus revelou-nos a verdade sobre Deus e a verdade sobre o homem e essa é para nós a Boa Nova", enfatizou o purpurado francês.

"Não podemos silenciar" essa verdade, afirmou. "A verdade é inseparável da caridade. Deus é amor e verdade. A verdade inspira sentimentos, atitudes e ações de amor."

Em seguida, o Cardeal Tauran disse que a tarefa principal da plenária será a elaboração de "linhas mestras" para o diálogo inter-religioso. "Após muitos anos de hesitações em relação à oportunidade de tal documento, chegou a hora de oferecer aos pastores e aos fiéis algumas orientações gerais que, obviamente, deverão ser adaptadas às situações locais."

A base dessas orientações será os Dez Mandamentos, que "são uma espécie de gramática universal que todos os fiéis podem utilizar em sua relação com Deus e com o próximo".

O presidente do referido organismo vaticano citou a encíclica Veritatis Splendor de João Paulo II: "Somente Deus pode responder à pergunta sobre o bem, porque Ele é o Bem. Mas Deus já respondeu a essa pergunta: e o fez criando o homem e ordenando-o com sabedoria e com amor a seu fim, mediante a lei inscrita em seu coração (cf Rm 2, 15), a 'lei natural'. Ela não é outra coisa que a luz da inteligência infusa em nós por Deus. Graças a ela conhecemos aquilo que se deve fazer e aquilo que se deve evitar. Essa luz e essa lei Deus a deu na criação".

Para o purpurado, é importante preparar os fiéis "a partilhar as suas convicções espirituais e a levar em consideração as dos outros". De fato, é necessário "dar-se conta de que todos os fiéis têm um patrimônio comum: a fé num Deus único, a sacralidade da vida, a necessidade da fraternidade, a experiência da oração, que é a língua da religião".

Por fim, o Cardeal Tauran fez votos de que ao término da plenária se possa ter material suficiente para a elaboração desse documento "para ajudar os católicos, e talvez outros cristãos, a relacionar-se com pessoas e comunidades de outras religiões na verdade e no amor". (RL/BF)







All the contents on this site are copyrighted ©.