2008-06-03 15:17:33

TRIBUNAL ARGELINO CONDENA QUATRO PESSOAS POR SE TEREM CONVERTIDO AO CRISTIANISMO


Argel, 03 jun (RV) - Quatro pessoas que se converteram ao cristianismo foram condenadas hoje a penas de detenção, com o benefício da condicional.

O juízo foi emitido pelo Tribunal correcional de Tiaret, no sudoeste do país. Os quatro foram reconhecidos culpados de “prática ilegal de um culto não-muçulmano”. Outras duas pessoas foram absolvidas.

Entretanto, o presidente do Alto Conselho Islâmico, Cheikh Bouamrane, afirma das páginas do diário “Al Khabar”, que a Argélia não é hostil aos cristãos, mas é necessário que o Islã seja respeitado num Estado muçulmano, como o cristianismo é respeitado num Estado cristão.

O líder muçulmano denuncia atividades evangélicas clandestinas contra o Islã. “Islamólogo” e ex-decano da Universidade de Argel, Bouamrane lembrou que a Lei de 28 de fevereiro de 2006, que regulamenta o exercício dos cultos não-muçulmanos, garante a liberdade de consciência, também para a minoria cristã, mas que “o movimento de evangelização, que se caracteriza como atividade clandestina – atenta contra o Islã”, o que é “inaceitável porque o Islã é religião do Estado e a religião da maioria dos argelinos”.

“O que a lei exige dos cristãos, como dos muçulmanos – disse o presidente do Alto Conselho Islâmico – é que exerçam o seu culto de modo transparente, nos lugares previstos para isto, e que sejam membros de uma associação reconhecida”.

Cheikh Bouamrane acusou “alguns expoentes da Igreja Reformada Evangélica de semear dissensão religiosa entre as crianças”, e de “forjar uma minoria política aliada com algumas instituições estrangeiras”, “uma forma de neocolonialismo mascarado de liberdade de consciência”. “Nós acreditamos no diálogo entre civilizações, culturas e religiões – concluiu Bouamrane – e esperamos ser tratados do mesmo modo pelos outros”.

Entretanto, a Federação Protestante da França manifestou o seu apoio aos cristãos da Argélia julgados pelo exercício ilegal de um culto não-muçulmano. A Federação denuncia denigração dos cristãos, acusados sem nenhum fundamento de querer favorecer a ingerência estrangeira no seu país, e se interroga sobre os motivos reais que levaram os representantes do poder público a desacreditar os seus próprios concidadãos.

Além disto, o comunicado da Federação “louva a coragem e a perseverança dos argelinos, cristãos e não-cristãos, que defendem a liberdade de consciência, de culto, de expressão e de reunião no seu país”. (PL)







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