ONU E SANTA SÉ AVALIAM: IMIGRAÇÃO CLANDESTINA NÃO É CRIME
Genebra/Nairóbi, 02 jun (RV) - A Alta Comissária das Nações Unidas para direitos
humanos, Louise Arbour, condenou hoje a ‘decisão do governo italiano de converter
a imigração ilegal em delito e os recentes ataques contra os nômades, ocorridos no
país’.
Louise Arbour participou do Conselho da ONU sobre direitos humanos,
que se reúne em Genebra. Na ocasião, afirmou que “na Europa, as políticas repressivas,
assim como atitudes xenófobas e intolerantes contra a imigração irregular e minorias
indesejadas constituem uma verdadeira preocupação”.
A comissária proferiu
estas palavras na abertura dos trabalhos da 8ª sessão do Conselho, que está reunido
até o dia 18 de junho.
Enquanto isso, o Secretário do Pontifício Conselho
para os migrantes e itinerantes, dom Agostino Marchetto, também interveio sobre o
tema da imigração clandestina, em uma entrevista à RV. O arcebispo está em Nairóbi,
no Quênia, participando do congresso pan-africano de delegados das Comissões episcopais
para migrações. Sua posição coincide com a da comissária da ONU. Vamos ouvir:
MARCHETTO
26’’
Além do secretário
do Pontifício Conselho da Pastoral para Migrantes e Itinerantes, encontra-se em Nairóbi
também o Presidente do organismo, o cardeal Renato Raffaele Martino, que fará hoje
a palestra de abertura do evento.
Este congresso tem como tema “Por um melhor
zelo pastoral dos Migrantes e Refugiados na África, no início do terceiro milênio”,
é organizado pelo Pontifício Conselho, em colaboração com a Comissão para Migrantes,
Refugiados e Marítimos da Conferência Episcopal do Quênia.
Com suas palestras,
o cardeal dará início aos trabalhos e ilustrará a Instrução Erga migrantes caritas
Christi, como ‘melhor resposta pastoral para os migrantes na África’, no início do
3º Milênio. Baseado neste documento, publicado em maio de 2004 por JPII, o cardeal
solicita uma visão positiva do fenômeno migratório, convidando os agentes pastorais
a redescobrir e viver profundamente a dimensão do catolicismo.
Em seu significado
mais amplo e profundo, o catolicismo é a capacidade do Evangelho, na Igreja, de realizar
uma comunhão universal - uma unidade sem algum tipo de fronteira geográfica, histórica
e cultural - de modo que as diferenças não sejam canceladas, mas que se realizem em
sua identidade. (CM)