Cidade do Vaticano, 02 jun (RV) - O presidente do Pontifício Conselho para
a promoção da unidade dos cristãos, cardeal Walter Kasper, acaba de retornar da Rússia,
onde se encontrou com o patriarca Alexsey II, a quem entregou uma carta de Bento XVI.
O cardeal alemão fez um balanço desta missão à Rússia:
“Foi uma visita privada,
mas acabou se tornando uma visita semi-oficial. Eu tinha intenção de conhecer melhor
a Rússia, sua tradição espiritual, religiosa e teológica; e por isso, viajei um pouco
pelo país. Estive em Kazan, para venerar mais uma vez o ícone da Mãe de Deus. Estive
em Novgorod, próximo do mosteiro onde viveu Serafim de Sarov, um dos santos mais venerados.
Encontrei-me com estudantes, porque era muito importante, e com alguns bispos. Tive
uma acolhida surpreendente: muito gentil, aberta e fraterna. Isto me demonstrou que
estamos iniciando uma nova fase de relações com a Igreja ortodoxa russa. Acredito
que eles também queiram deixar para trás as controvérsias do passado, que ainda existem,
e começar uma nova fase de cooperação entre as duas Igrejas. Isto é importante.
O
cardeal Kasper conta como o patriarca Alexsey acolheu a carta do papa.
“Meu
encontro com o Patriarca Alecsey II durou uma hora e quinze, muito mais do que uma
audiência. Ele foi muito gentil e descontraído. Falamos de minha visita e ele ficou
contente com o meu interesse em sua herança espiritual, e mencionou também os problemas:
a expansão das chamadas Igrejas uniatas na Ucrânia, os orfanatos... Em geral, o clima
foi muito positivo e construtivo. Eu levei uma carta do Papa Bento XVI e ele me deu
uma carta e um presente para o papa. Enfim, recomendou, em alemão, suas saudações
e seu afeto ao Santo Padre.
O cardeal Kasper retornou mais otimista em relação
a uma visita do papa a Moscou:
“Não houve alguma discussão sobre um possível
encontro entre o papa e o patriarca. Eu disse que se a Providência o permitir, esperamos
que este encontro ocorra em breve. Eu estou otimista e tenho esperanças de que podemos
ir adiante com a Igreja ortodoxa russa, que é a maior Igreja ortodoxa, com uma tradição
realmente rica.
Para o cardeal presidente do Pontifício Conselho para a promoção
da unidade dos cristãos, os católicos e os ortodoxos russos estão se aproximando:
“Começamos
a desenvolver agora uma pastoral juvenil, social, cultural, e isso é muito importante.
Estas não são coisas muito tradicionais na ortodoxia. Principalmente os encontros
que tive com os estudantes – três encontros e discussões – foram muito prazerosos.
Eles foram muito corteses, não me fizeram perguntas críticas ou hostis, estavam bem
informados sobre questões da nossa Igreja, e se demonstraram muito interessados. Ouvi
dizer que há um grande interesse pelo catolicismo. Assim, podemos bem esperar”. (CM)