EMBRIÕES HUMANOS PARA PESQUISA: NOTA DA CNBB SOBRE DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
Brasília, 30 mai (RV) - A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil lamenta
a decisão do Supremo Tribunal Federal que julgou a validade constitucional do artigo
5o da Lei de Biossegurança, de 2005, que permite aos pesquisadores usarem,
em pesquisas científicas e terapêuticas, os embriões criados a partir da fecundação
in vitro e que estão congelados há mais de três anos em clínicas de fertilização.
A
decisão do STF – diz a nota assinada pela presidência da CNBB - revelou uma grande
divergência sobre a questão em julgamento, o que mostra que há ministros do Supremo
que, nesse caso, têm posições éticas semelhantes à da CNBB. Portanto, não se trata
de uma questão religiosa, mas de promoção e defesa da vida humana, desde a fecundação,
em qualquer circunstância em que esta se encontra.
Segundo os bispos, reconhecer
que o embrião é um ser humano desde o início do seu ciclo vital significa também constatar
a sua extrema vulnerabilidade que exige o empenho em defesa de quem é fraco, uma atenção
que deve ser garantida pela conduta ética dos cientistas e dos médicos, e de uma oportuna
legislação nacional e internacional.
Sendo uma vida humana, o embrião humano
tem direito à proteção do Estado – diz ainda a nota, segundo a qual a circunstância
de estar in vitro ou no útero materno não diminui e nem aumenta esse direito. É lamentável
que o STF não tenha confirmado esse direito cristalino, permitindo que vidas humanas
em estado embrionário sejam ceifadas.
Segundo pondera a CNBB, as células-tronco
embrionárias não são o remédio para a cura de todos os males. Os bispos afirmam que
a alternativa mais viável para essas pesquisas científicas é a utilização de células-tronco
adultas, retiradas do próprio paciente.
Os bispos do Brasil reafirmam que
o simples fato de estar na presença de um ser humano exige o pleno respeito à sua
integridade e dignidade: todo comportamento que possa constituir uma ameaça ou uma
ofensa aos direitos fundamentais da pessoa humana, primeiro de todos o direito à vida,
é considerado gravemente imoral. A CNBB - conclui a nota - continuará o trabalho em
favor da vida, desde a concepção até o seu declínio natural. (PL)