2008-05-29 12:47:50

Papa congratula-se com "clima novo", "mais construtivo" que se parece advertir em Itália e encoraja os bispos e toda a Igreja do país a apoiar e reforçar esta tendência


(29/5/2008) A Itália tem “necessidade de sair do período difícil” em que se encontra, com uma redução do dinamismo económico e social e menos confiança no futuro. Advertem-se felizmente “sinais de um clima novo, mais confiante e construtivo”, e o “desejo de retomar o caminho” e de “resolver conjuntamente os problemas mais urgentes”. Os bispos italianos hão-de dar um “contributo específico” para que o país possa conhecer “uma época de progresso e de concórdia”. - Observações e orientações fornecidas por Bento XVI aos membros da Conferência Episcopal Italiana, recebidos nesta quinta-feira.
O Papa começou por congratular-se pelo tema escolhido para esta assembleia geral: como favorecer o encontro dos jovens com o Evangelho, ou seja, as questões fundamentais da evangelização e educação das novas gerações. Bento XVI fez notar que, em situações de “emergência educativa” como aquela que atravessa a Itália, os pais e professores são naturalmente tentados a renunciar à sua tarefa, correndo mesmo o risco de já não compreender qual é a sua missão. “Para Bispos,padres, catequistas e para toda a comunidade cristã (observou o Papa) a emergência educativa assume um rosto bem preciso”:

“transmitir a fé às novas gerações. Também aqui, num certo sentido especialmente aqui, temos que nos confrontar com os obstáculos levantados pelo relativismo, por uma cultura que coloca Deus entre parêntesis, privilegiando antes , nos diversos aspectos da vida, a afirmação de si mesmos e das satisfações imediatas”.

“O Espírito Santo suscitou já na Igreja muitos carismas e energias evangelizadoras, particularmente presentes e vivazes no catolicismo italiano”. Os Bispos hão-de “acolher com alegria estas forças novas, apoiando-as, favorecendo a sua maturação, guiando-as e orientando-as para que se mantenham no amplo sulco da fé e da comunhão eclesial”.
Aludindo a um dos “lugares específicos de formação” – a escola, o Papa considerou que “num estado democrático, que tem como ponto de honra promover a livre iniciativa em todos os sectores, não parece justificar-se a exclusão de um apoio adequado ao empenho das instituições da Igreja no campo escolar”. Seria decerto estimulante para a própria qualidade do ensino “o confronto entre diferentes centros formativos, com múltiplas forças populares empenhadas em interpretar as opções educativas de cada uma das famílias”, naturalmente no respeito dos programas ministeriais válidos para todos.

Foi alargando o horizonte ao conjunto da vida italiana, que Bento XVI fez questão de observar que “a Itália tem necessidade de sair de um período difícil em que parece ter enfraquecido o dinamismo económico e social e diminuído a confiança no futuro” ao mesmo tempo que crescia “o sentido de insegurança pelas condições de pobreza de tantas famílias”. Perante esta realidade, o Papa (citamos) adverte “com particular alegria os sinais de um clima novo, mais confiante e construtivo”, ligado ao “delinear-se de relações mais serenas entre as forças políticas e as instituições” e isso “em virtude de uma percepção mais viva das responsabilidades comuns para o futuro da nação” O que é mais confortante, observou ainda o Papa, é o facto de que tal percepção parece difundir-se no conjunto da população e do território nacional, entre as diversas categorias sociais.

“É de facto difuso o desejo de retomar o caminho, de enfrentar e resolver conjuntamente pelo menos os problemas mais urgentes e mais graves, empreendendo uma nova época de crescimento económico, mas também civil e moral”.

É claro que “este clima precisa de consolidar-se e rapidamente se poderá diluir, se não se traduzir em resultados concretos”. Contudo, representa já em si um precioso recurso que cada um, segundo as suas responsabilidades e funções, devesalvaguardar e reforçar”.

“Como bispos, não podemos deixar de dar o nosso contributo específico para que a Itália conheça um período de progresso e de concórdia, fazendo frutificar aquelas energias e impulsos que provêem da sua grande história cristã.
Nesse sentido, nós temos que dizer e testemunhar antes de mais, com franqueza, às nossas comunidades cristãs e a todo o povo italiano que, se muitos são os problemas a enfrentar, o problema fundamental do homem de hoje permanece o problema de Deus.
Nenhum outro problema humano e social se poderá resolver se Deus não voltar a estar no centro da nossa vida”.








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