REFUGIADOS NA ÁFRICA DO SUL TÊM VIDA DIFÍCIL AFIRMA MISSIONÁRIO SCALABRINIANO
Cape Town, 28 mai (RV) - Os refugiados na África do Sul vivem uma “situação
muito difícil”: foi o que disse padre Ivaldo Bettin, missionários scalabriniano que
vive em Cape Town há cerca de um ano, numa entrevista à Agência Ecclesia. Atualmente
há cerca de 2.000 refugiados no campo de Proteção Civil.
O missionário descreve
que muitas famílias com filhos pequenos e jovens universitários fugiram dos seus países
por causa da perseguição. “Muitos deles pensavam encontrar uma vida melhor na África
do Sul”, explica. “Havia já sinais de esperança e de estabilização”, quando a violência
e os insultos começaram a ameaçar os refugiados, “sentindo-se novamente ameaçados
e com muito medo”.
O Pe. Ivaldo Bettin recorda que a violência começou com
“grupos ou bandos que atacavam, roubavam e matavam os refugiados”. O que desencadeou
a violência foi “principalmente a chegada em massa de refugiados provenientes do Zimbabwe”,
país onde persiste uma situação de tensão política de força e ódio. Juntamente com
a “falta de trabalho e a extrema pobreza existente nas “favelas da miséria”, levou
ao aumento dos insultos e agressões, culpando os emigrantes de roubar o trabalho dos
autóctones”.
Os confrontos e a morte de pelo menos 50 pessoas, levou ao deslocamento
de 200 militares para a rua. “As forças de ordem do governo foram um tanto lentas”,
aponta o Pe. Ivaldo, que explica que os conflitos começaram nos locais mais pobres,
onde os próprios moradores dessas favelas lutam pela sobrevivência. “Todas estas zonas
são mais vulneráveis a todos os tipos de violência e abusos”, aponta.
Para
os que querem voltar ao seu país de origem, os scalabrianos estão disponíveis para
ajudar, procurando “meios para que eles possam voltar, inclusive através da ONU”.
“Para os que supostamente não sofrem ameaças a orientação é que continuem trabalhando,
estudando e dando o melhor de si para que se possa construir um mundo de paz”, explica.
Os saclabrinianos encontram-se em Cape Town trabalhando “principalmente como
missionários para os emigrantes”. Sensibilizar a comunidade local para acolher o estrangeiro,
o diferente, o emigrante é o seu principal objetivo. “Através das comunidades tentamos
de ser um ponto de referência para todos os emigrantes sem discriminação”, disse Padre
Ivaldo. (SP)