2008-05-28 14:43:17

Diálogo entre cristãos e muçulmanos, na França


(28(5/2008) A Comissão Episcopal francesa para a Doutrina da Fé publicou, em Paris, uma nota sobre o diálogo entre cristãos e muçulmanos.
O documento aponta as diferenças teológicas no modo de abordar o tema Deus no mundo cristão e no mundo muçulmano, ressaltando o modo diverso com que as duas religiões falam de Deus.
“O Islão insiste fortemente na unicidade de Deus e não aceita a revelação do cristianismo que se baseia no facto que Deus é Pai, Filho e Espírito Santo. A noção de Trindade não é compreendida e é rejeitada em nome da rejeição do politeísmo”.
O documento especifica ainda que para o Islão não se pode ter a Encarnação. “Seria um atentado à transcendência de Deus”. O Islão desconhece qualquer mediação e rejeita o que parece ser um obstáculo entre Deus e os homens, enquanto para o Cristianismo a salvação é dada mediante Cristo, o único mediador entre Deus e os homens.
Para o Islão, tal como para o cristianismo, Deus fala aos homens e existem duas Escrituras sagradas. Mas as concepções da revelação são muito diferentes: o Corão é fruto de um ditado de Deus a Maomé. Ao invés, para os cristãos “foi Deus que inspirou os autores bíblicos que redigiram os livros da Bíblia, servindo-se das palavras e das formas literárias do seu tempo”.
O documento aponta ainda que “para os muçulmanos, as afirmações do Corão têm a autoridade da Palavra de Deus. Deste modo, o diálogo dogmático torna-se bastante difícil sobre questões essenciais”.
Sem ignorar estas diferenças fundamentais “é necessário observar que o diálogo é possível sobre outros campos da fé, como as orações, a vida moral, a criação, o sentido do homem”, aponta o documento.








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