Violência xenófoba na África do Sul: milhares em fuga, sobretudo moçambicanos
(26/5/2008) Moçambique continua a registar a entrada de milhares dos seus cidadãos
que fogem da violência xenófoba que assola a África do Sul e que, até agora, já provocou
mais de 50 mortos. O ministro moçambicano dos Negócios Estrangeiros, Oldemiro Baloi,
afirma que regressaram ao país só pelo posto fronteiriço de Ressano Garcia mais de
14 mil cidadãos, admitindo o Governo que possam ser muitos mais cuja entrada não é
controlada pelas autoridades. O Governo moçambicano, que entretanto criou mecanismos
específicos de apoio às vítimas da xenofobia, considera que o que se está a passar
na África do Sul é "uma verdadeira calamidade" para Moçambique. O Centro Nacional
de Operações de Emergência tem já mais de 70 tendas preparadas em Belulane, na cidade
da Matola a 15 quilómetros de Maputo, para receber os imigrantes a quem, aliás, paga
as despesas de regresso. Os países membros da Comunidade para o Desenvolvimentos
da África Austral manifestaram já a sua preocupação encorajando o Governo da África
do Sul a ser "mais activo na busca de uma solução para o problema". Entretanto,
as autoridades policiais moçambicanas reforçaram a segurança junto da Embaixada sul-africana
em Maputo para desencorajar eventuais actos de retaliação. A violência de carácter
xenófobo começou na cidade de Alexandra, região metropolitana de Joanesburgo, no passado
dia 11, e chegou às Cidade do Cabo e de Durban. Mais de 25 mil pessoas foram expulsas
das suas casas por multidões enfurecidas e que atacaram violentamente imigrantes africanos.