2008-05-26 13:50:10

No Libano chefe das Forças Armadas eleito Presidente


(26/5/2008) Após seis meses de vazio político e 19 sessões parlamentares fracassadas, os deputados libaneses, reunidos na Câmara Baixa de Beirute perante 200 convidados árabes e ocidentais, aprovaram a eleição de Michel Sleiman, comandante em chefe das Forças Armadas, como novo presidente do país, por 118 votos (entre 127 possíveis).
A presença de elevado número de dignatários árabes e ocidentais, incluíndo o emir do Qatar, o secretário-geral da Liga Árabe e os ministros dos Negócios Estrangeiros da Síria, Irão, Arábia Saudita, França, Itália e Espanha, enfeita esta nomeação, considerada como o primeiro passo no processo de reconciliação nacional, apesar da inconstitucionalidade.
De acordo com a Constituição libanesa, qualquer alto funcionário que aspire à presidência do país - como é o caso do chefe do Exército - deve demitir-se dois anos antes de ocupar o cargo, princípio sublinhado por vários deputados que, por isso, defenderam a alteração da Lei Fundamental para dar legitimidade ao processo, o que foi recusado pelo presidente do Parlamento, Nabih Berri. As "circunstâncias excepcionais" em que o país vive, como definiu o responsável da comissão de Justiça da Câmara Baixa, e o consenso em torno da figura de Sleiman converteram o problema legal em algo absolutamente irrelevante.
O termo desta sessão parlamentar parece ter sido cuidadosamente estudado dado que coincide com o Dia da Libertação, que assinala a retirada israelita do Líbano, em 2000.
Com a eleição de Slieman o Governo foi automaticamente dissolvido e, a partir de hoje, o novo presidente avança para consultas aos grupos parlamentares para formar um novo Executivo, assunto que, aparentemente, está praticamente resolvido.
No Acordo de Doha, que pôs fim à disputa política e aos consequentes combates armados, ficou estabelecido que seriam confiadas à coligação maioritária, com o apoio dos Estados Unidos da América e da Arábia Saudita, 16 pastas, enquanto a coligação da oposição, apoiada pela Síria e pelo Irão, teria 11 ministros e outros três nomeados directamente pelo presidente.
A incógnita mais relevante refere-se ao nome do futuro primeiro-ministro, embora haja, também nesta matéria, um grande consenso. Saad Hariri, filho do ex-primeiro-ministro assassinado em 2005, sonha e é, aparentemente, apoiado pela maioria parlamentar, pela oposição (Hezbollah e Amal) e por cristãos.








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