2008-05-24 12:52:58

"QUINZE ANOS SEM CONHECER A VERDADE", AFIRMA EPISCOPADO MEXICANO SOBRE MORTE DO CARD. POSADAS OCAMPO


Guadalajara, 24 mai (RV) - Recordam-se hoje, 24 de maio, os 15 anos do assassinato do arcebispo de Guadalajara, Cardeal Juan Jesús Posadas Ocampo, morto em circunstâncias ainda obscuras durante um tiroteio no aeroporto da cidade.

Para a ocasião, o episcopado mexicano divulgou uma carta, intitulada "Quinze anos sem conhecer a verdade", assinada pelo arcebispo de Guadalajara, Cardeal Juan Sandoval Íñiguez.

A carta foi lida anteontem pelo secretário-geral da Conferência Episcopal Mexicana (CEM), Dom José Leopoldo González González, na apresentação do livro "A verdade os tornará livres. Não tenham medo. E o homicídio do Cardeal Juan Jesús Posadas Ocampo?", escrito por dois deputados federais.

"A Igreja quer saber a verdade. Precisamos saber quem são os mandantes e os autores materiais para poder perdoar e ter paz e justiça", lê-se no texto, que continua: "Os assassinos se empenharam em ocultar o crime, impedindo que a verdade venha à luz, utilizando todos os meios, ameaças veladas ou diretas, difamações e calúnias".

A carta assim se conclui: "Resolver o homicídio do Cardeal Juan Jesús Posadas Ocampo pode despertar uma esperança para as vítimas da corrupção e do crime no México, superando seu ceticismo e desalento, porque hoje poucos acreditam que as instituições de segurança pública e a Justiça penal vão resolver os crimes que sofremos. Verdade, justiça, perdão e reconciliação são colunas indispensáveis para alcançar a ansiada paz social que o México merece e precisa".

Em nome da Conferência Episcopal, Dom González González pediu aos investigadores que convoquem novamente o ex-presidente da República Carlos Salinas de Gortari a prestar depoimento.

Segundo o livro dos deputados, existem elementos que provam que o assassinato do Cardeal Posadas Ocampo não foi um erro, como estabeleceu a investigação oficial. Baseando-se em documentos judiciários, os autores afirmam, assim como a própria Igreja, que se tratou de um atentado de matriz política contra o purpurado, que denunciou várias vezes a chaga do narcotráfico e sua relação com os ambientes governamentais de então. (BF)







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