2008-05-23 15:24:49

Respeitar a dignidade e a vida privada de cada um, e não perder de vista as dimensões éticas da comunicação entre as pessoas


(23/5/2008) Recebendo os participantes num encontro sobre a identidade e a missão das Faculdades da Comunicação nas Universidades católicas, Bento XVI sublinhou a importância de que “a plena verdade” esteja bem presente na comunicação social e que nunca se percam de vista “as dimensões éticas da comunicação entre as pessoas”.
“As diversas formas de comunicação – diálogo, oração, ensino, testemunho, proclamação – e os seus diferentes instrumentos – imprensa, electrónica, artes visivas, música, voz, gestualidade e contacto – são outras tantas manifestações da natureza da pessoas humana” – observou o Papa.

“É a comunicação que revela a pessoa, que cria relações autênticas e comunidade, e que permite aos seres humanos maturar em consciência, sabedoria e amor. Contudo, a comunicação não é o simples produto de um puro acaso fortuito ou das nossas capacidades humanas: à luz da mensagem bíblica, ela reflecte, isso sim, a nossa participação no Amor trinitário – criativo, comunicativo, unificante – que é Pai, Filho e Espírito Santo”.

“Deus criou-nos para estarmos unidos a Ele e dá-nos a tarefa da comunicação , porque quer que obtenhamos esta união não sozinhos mas através do nosso conhecimento, do nosso amor e do nosso serviço a Ele e aos nossos irmãos e irmãs, numa relação comunicativa e amorosa”.

“É evidente que no coração de toda e qualquer reflexão séria sobre a natureza e o objectivo das comunicações humanas tem que haver um compromisso com as questões da verdade. Um comunicador pode tentar informar, educar, distrair, convencer, confortar; mas o valor último de cada comunicação reside na sua densidade de verdade”.

O Papa observou ainda que “a arte da comunicação está por sua natureza ligada a uma dimensão ética, às virtudes que fundamentam a moralidade”. Daqui uma recomendação prática:

“Encorajo-vos a dar mais atenção, no sector dos meios de comunicação dos programas académicos, às dimensões éticas da comunicação entre as pessoas, num período em que o fenómeno da comunicação assume um lugar cada vez mais amplo em todos os meios sociais. É importante que nunca se encare esta formação como um mero exercício técnico ou com o desejo único de fornecer informações. Há-de ser, isso sim, um convite a promover a verdade na informação e a fazer reflectir os nossos contemporâneos sobre os acontecimento, a fim de serrem educadores dos homens de hoje, edificando um mundo melhor”.

O que significa “promover a justiça e a solidariedade” e “respeitar em todas as circunstâncias o valor e dignidade de cada pessoa”

“Seria uma tragédia para o futuro da humanidade se os novos instrumentos de comunicação, que permitem partilhar o conhecimento e a informação de maneira mais rápida e eficaz, não fossem acessíveis aos que se encontram marginalizados económica e socialmente, ou apenas contribuíssem para alargar ainda mais a distância que separa estas pessoas das novas redes que se vão desenvolvendo ao serviço da socialização humana, da informação e da aprendizagem”.










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