2008-05-23 12:21:45

PAPA NA MISSA DE CORPUS CHRISTI: "A REVOLUÇÃO CRISTÃ É A MAIS PROFUNDA DA HISTÓRIA HUMANA"




Cidade do Vaticano, 23 mai (RV) - Depois de vários dias de chuva em Roma, finalmente ontem o céu se abriu pouco antes de o papa deixar o Vaticano para celebrar, na Basílica de São João de Latrão, a Solenidade de Corpus Christi. A celebração reúne todos os anos milhares de fiéis da Diocese de Roma, num evento que se tornou tradição. A liturgia foi animada pelo coral diocesano, dirigido por Monsenhor Marco Frisina.

Em sua homilia, Bento XVI explicou que depois do auge do ano litúrgico – primeiro os quarentas dias da Quaresma, depois os cinqüenta dias do Tempo Pascal –, a liturgia nos faz celebrar três festas de caráter significativo: A Santíssima Trindade, Corpus Christi e, por fim, o Sagrado Coração de Jesus.

Ilustrando o significado desta solenidade, ele afirmou que a Eucaristia é o "sacramento de Deus, que não abandona o homem em seu caminho, mas fica ao seu lado e lhe indica a direção".

"Não basta ir em frente, é necessário ver aonde se vai. Não basta o progresso se não existem pontos de referência. Ao se correr fora da estrada, pode-se cair em um precipício ou afastar-se mais rapidamente da meta. Deus nos criou livres, mas não nos deixou sós", afirmou.

Bento XVI acrescentou que Deus acompanha sempre o homem "para que nossa liberdade tenha critério para discernir o caminho justo e percorrê-lo", e pediu aos católicos que olhem para além de diferenças, como nacionalidade e classe social, para concentrarem-se na fé comum que os une.

O papa ressaltou os gestos fundamentais da celebração de Corpus Christi, que se realiza em três períodos: o primeiro, a missa, a reunião de todos os fiéis ao redor do Altar; o segundo, a procissão do Santíssimo, ou seja, o caminhar com Deus; e o terceiro, ajoelhar-se perante o Santíssimo, a adoração.

Sobre a primeira etapa, lembrou as palavras do apóstolo Paulo: "Não há judeus nem gregos, nem escravos nem livres, nem homens nem mulheres, já que todos são um em Cristo".

O papa disse que nessas palavras "sente-se a verdade e a força da revolução cristã, a revolução mais profunda da história humana". Bento XVI ressaltou que a Eucaristia jamais pode ser uma coisa privada, mas é um culto público, que não tem nada de esotérico, de exclusivo.

Em relação à procissão, o papa disse que significa percorrer o caminho com Cristo, com a força que nos dá, e sobre a terceira, a adoração, afirmou que quem se ajoelha perante Jesus não pode e não deve prostrar-se perante qualquer poder terreno, por mais forte que seja.

A celebração se encerrou com a Procissão Eucarística até a Basílica de Santa Maria Maior, onde um grande número de fiéis aguardava, desde as 18h, a chegada da procissão.

Havia bandeiras das cores do Vaticano, da Itália e até do Brasil, expostas nas janelas dos prédios nas redondezas da Basílica. Bento XVI participou do evento levado por um veículo especial.

Os fiéis percorreram a "Rua Merulana" fazendo orações, cantando e meditando os Salmos. Ajoelhado diante do Santíssimo, o Santo Padre seguiu silenciosamente em adoração, e do patamar da Basílica Santa Maria Maior concedeu a bênção. (CM/BF)







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