(23/5/2008) O Cardeal-Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, aproveitou a celebração
da Solenidade do Corpo de Deus para falar do sentido da adoração eucarística e das
suas consequências na vida dos cristãos. “Foi nesse sagrado convívio que, ao longo
dos séculos, homens e mulheres se deixaram incendiar pelo amor, foram devorados pelo
zelo e pela urgência da missão, consagraram a totalidade do seu ser a Cristo e ao
Reino, perceberam a exigência da caridade”, referiu, na homilia da Missa a que presidiu
esta Quinta-feira. D. José Policarpo sublinhou que “a Eucaristia conduz sempre
aqueles que a adoram às atitudes fundamentais da conversão cristã: escutar a Palavra,
ouvir o que o Senhor nos quer dizer, deixar-se amar por Ele, tantas vezes na obscuridade
silenciosa da fé; partir para a vida, amando como Cristo nos ama; dar a vida pela
implantação do Reino de Deus; e em tudo isso a avivar a chama da esperança na vida
eterna”. “A Eucaristia ensina a viver e ajuda a morrer”, indicou. O Patriarca
de Lisboa disse ainda que a adoração eucarística “é atitude profundamente pessoal,
mas tem sempre dimensão comunitária”. “A dimensão comunitária não significa, nem
exige, que se faça da adoração uma oração comunitária. Esta dimensão exprime-se, sobretudo,
no facto de a pessoa que adora sentir e saber que nela é a Igreja que adora, que ela
adora, por aqueles que não adoram”, precisou. O Cardeal-Patriarca afirmou também
que “o silêncio de Deus está repleto de vida”.