Medidas de urgência do governo de Moçambique devido á violência xénofoba na África
do Sul
(23/5/2008) O Governo moçambicano reactivou o Centro Nacional de Operações de Emergência
devido à violência xenófoba contra imigrantes na África do Sul. As autoridades de
Moçambique custearam as despesas de regresso de mais de quatro mil moçambicanos, muitos
dos quais estão albergados num centro de trânsito criado na Matola, no sul do país,
onde estão a receber os primeiros apoios.
O presidente de Moçambique, Armando
Guebuza, apelou aos moçambicanos para não responderem aos ataques xenófobos contra
os imigrantes na África do Sul e elogiou a atitude das autoridades sul-africanas em
relação às vítimas. Desde a eclosão da violência protagonizada por grupos de vigilantes
sul-africanos contra imigrantes, milhares de moçambicanos refugiaram-se em esquadras
e igrejas naquele país vizinho, onde pediram para regressar ao país de origem. Dados
dos serviços migratórios indicam que aproximadamente quatro mil moçambicanos deram
entrada no território, número que tende a subir, enquanto o registo de saídas para
a África do Sul é quase nulo.
A polícia sul-africana confirmou que não se verificaram
novos incidentes de violência xenófoba em Joanesburgo e arredores nas últimas horas,
mas que em pelo menos duas outras províncias se tenham registado focos de violência
contra estrangeiros. Desde o dia 12 foram mortas 42 pessoas, outras 16 mil ficaram
sem abrigo e 400 suspeitos foram detidos. Os ataques contra imigrantes resultaram
na fuga de milhares de africanos de países vizinhos da África do Sul para esquadras
de polícia – onde estão albergados em tendas – ou até mesmo para os seus países de
origem.