DESAFIO DIGITAL E GRANDES CORPORAÇÕES POLARIZAM INÍCIO DO CONGRESSO DAS FACULDADES
DE COMUNICAÇÃO CATÓLICAS
Roma, 22 mai (RV) - Teve início esta manhã em Roma, na Pontifícia Universidade
Urbaniana, o Congresso Internacional das Faculdades de Comunicação das universidades
católicas do mundo inteiro.
O Congresso, que tem como tema "Identidade e missão
de uma Faculdade de Comunicação numa Universidade católica", tem a participação de
mais de 40 universidades dos cinco continentes, chamadas a confrontar-se em três dias
de estudo e debate intensos. De fato, são muitas as inquietações sobre as quais interrogar-se
criticamente e oferecer respostas ou hipóteses de trabalho.
O Congresso tem
como subtítulo "Um olhar para o futuro das comunicações junto a toda a Igreja". O
encontro é promovido pelo Pontifício Conselho das Comunicações Sociais.
"Devemos
buscar a verdade para partilhá-la, colocando o homem com os seus valores éticos no
centro da comunicação e formando agentes não somente especializados, mas dotados de
profundas referências morais", ressaltou o presidente do referido organismo vaticano,
o Arcebispo Claudio Maria Celli.
Os trabalhos propriamente ditos tiveram início
com a conferência do professor irlandês Farrel Corcoran, docente da Universidade de
Dublin, que falou do desafio da Era digital.
De que modo, perguntou-se, a tecnologia
está transformando a natureza das comunicações sociais, da imprensa escrita, audiovisual
e eletrônica?
Como pano de fundo, apresentou o tema dos grandes grupos da mídia
entrelaçados também em suas propriedades com indústrias de outro tipo, entre as quais
também os produtores de armas. Trata-se de corporações globais ou regionais no caso
das novas companhias na América Latina, na China, na Índia, que dirigem e condicionam
a comunicação planetária, ou seja, também as ideologias, os consumos e os estilos
de vida. Corporações voltadas a produzir lucros em benefício de poucos.
Junto
a estas, existem ainda as indústrias da comunicação militar, que hoje usam técnicas
sofisticadas, e as indústrias das relações públicas e dos lobbys, que fornecem 20%
do material veiculado em todas as mídias.
Nesse cenário, se inserem as novas
mídias digitais, que vão além das medidas do tempo e do espaço. Mas não devemos ceder,
advertiu o professor Corcoran, ao medo das transformações que elas trouxeram na comunicação,
no nosso sentir e no nosso pertencer ao mundo.
Os trabalhos do Congresso prosseguirão
até o próximo sábado, dia 24. (RL/BF)