2008-05-21 13:18:22

CARDEAL MONTEZEMOLO FALA DO BRASÃO DE BENTO XVI


Roma, 21 mai (RV) - Um temperamento simples, espontâneo, mas também decidido. Foi o que descobriu em Bento XVI o Cardeal Andrea Cordero Lanza di Montezemolo, narrando ontem o seu primeiro encontro com Ratzinger após ter sido eleito papa, no qual decidiram juntos os elementos do novo brasão papal. A ocasião foi a apresentação do livro "Benedictus servus servorum dei" do jornalista Giuseppe De Carli.

"Dois dias depois da sua eleição – contou o purpurado –, chamou-me o Padre Georg dizendo que o papa queria falar comigo urgentemente e eu, vista a minha experiência heráldica eclesiástica, imaginei o motivo."

"Pediu-me, de fato, para desenhar-lhe o brasão. Antes, porém, me fez ver o seu brasão de cardeal e eu lhe disse que o mesmo apresentava algumas imprecisões. Ficou surpreso e replicou que ninguém jamais lhe havia dito algo do gênero. Perguntou-me em seguida como deveria ser o brasão papal e eu respondi que era ele quem deveria exprimir a sua preferência. Disse que não queria a tiara, típica dos brasões papais, porque representava um poder temporal que estava superado."

O Cardeal Montezemolo continuou dizendo: "Eu sugeri ao papa inserir no brasão a mitra no lugar da tiara, símbolo episcopal. Depois sugeri também inserir o pálio, símbolo de jurisdição, e ele gostou muito da idéia. Somente no fim, foi o papa a sugerir um símbolo que, creio, ele tinha em mente desde o início, isto é, a concha, símbolo do peregrino".

A concha, desenhada também sobre a casula que Bento XVI vestiu na primeira missa de pontificado no dia 24 de abril de 2005, recorda a narração do encontro entre Santo Agostinho e uma criança que procurava colocar, com uma concha, toda a água do mar num buraco. Vendo isso, o bispo de Hipona compreendeu como era inútil também o esforço de fazer entrar a infinidade de Deus na limitada mente humana. (SP/BF)







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