(20/5/2008) Até final deste mês deverá estar concluída a versão final de um texto
que apela ao fim das bombas de fragmentação em todo o mundo. O apelo foi deixado ontem
em Dublin pelo secretário-geral da ONU, e desde logo foi apadrinhado pelo governo
da Irlanda. O secretário-geral da ONU pediu aos representantes de 109 países que
participam numa conferência iniciada em Dublin, que sejam “visionários” para concluir
o acordo sobre um tratado proibindo as bombas de fragmentação no mundo. Numa mensagem
de vídeo, Ban Ki-Moon apelou aos participantes no encontro empenho para finalizar
até final deste mês um texto que garanta a interdição da utilização, da produção e
do comércio das bombas de fragmentação, esperando acabar com os “horrores escondidos”
causados pelas bombas, que “atingem sem distinção” e não são “fiáveis”. A conferência,
inserida no processo iniciado em Fevereiro de 2007 em Oslo, não é organizada sob patrocínio
da ONU para evitar o risco de veto. Segue o modelo adoptado pela Convenção de Otava,
que proibiu as minas antipessoais em 1997, e terá o mesmo alcance histórico se aprovar
um texto sem ambiguidades, que deverá ser assinado por todos os Estados, mesmo os
que não participaram na sua elaboração. Também o novo ministro dos Negócios Estrangeiros
irlandês pediu, na conferência, um texto ambicioso. “Devemos aos sobreviventes atenuar
a sua dor e dar-lhes esperança”, declarou.