Papa acolhido calorosamente em Génova, na manhã deste domingo, não obstante a chuva
A jornada começou com uma visita privada ao santuário de Nossa Senhora de La Guardia,
numa colina sobranceira à cidade de Génova. Seguiu-se, ao longo da manhã, uma visita
a um Hospital de Crianças, o encontro com os jovens numa praça da cidade e finalmente
a deslocação à catedral genovesa, onde se tinham congregado os cónegos e uma ampla
representação de pessoas consagradas.
Ás religiosas e aos religiosos, em
grande parte já de certa idade, Bento XVI dirigiu um encorajamento a não desanimarem,
não obstante a diminuição em número e em forças:
“Tende confiança: os tempos
de Deus e da sua Providência não só os nossos tempos. O Senhor providencia. Não vos
considereis como se estivésseis no ocaso da vida: Cristo é o aurora perene, a nossa
luz. Prossegui as vossas actividades, mas sobretudo a vossa presença. O desaparecimento
das vossas comunidades empobrece-vos a vós, mas empobrece também Génova. Os pobres,
os doentes, as famílias, as crianças, as nossas paróquias – tudo é precioso campo
de serviço e de dom para construir a Igreja e para servir os homens”.
Primeiro
momento público deste domingo em Génova foi, como dizíamos, a visita ao Hospital de
Crianças “Giannina Gaslini”, que celebra nestes dias setenta anos. Conhecida pelo
elevado nível científico e tecnológico inteiramente dedicado à assistência médica
às crianças, esta Clínica Pediátrica constitui um seguro ponto de referência neste
campo, não só para a cidade de Génova, mas também para toda a Itália e mesmo para
a área mediterrânica em geral. Bento XVI fez votos de que se incremente cada vez mais
este serviço de qualidade:
“Faço votos de que este excelente Instituto Pediátrico
continue a desenvolver-se nas tecnologias, nos tratamentos e nos serviços; mas também
que possa alargar cada vez mais os horizontes naquela óptica de globalização positiva
pela qual se reconhecem os recursos, os serviços e as necessidades criando e reforçando
uma rede solidariedade hoje tão urgente e necessária. Tudo isto sem esquecer aquele
suplemento de afecto que é advertido pelos pequenos pacientes como a primeira e indispensável
terapia. O Hospital tornar-se-á então cada vez mais lugar de esperança”.
Aos
jovens congregados numa Praça de Génova, o Papa recordou que a juventude não é mera
questão de idade e de vigor físico. “Infelizmente há jovens em idade que são velhos
por dentro; que se arrastam, mesmo quando não lhes faltam bens terrenos: de cultura,
de trabalho gratificante, de relações e possibilidades”.
“Ser jovens significa
ter descoberto as coisas que não passam com o decorrer veloz dos anos. Se um jovem
descobre os valores autênticos e grandes, então nunca envelhece, mesmo se o corpo
segue as suas leis. Permanece sempre jovem no coração e irradia juventude, isto é,
bondade. Sim, porque a bondade escapa ao desgaste do tempo. É por isso que podemos
dizer que só quem é bom e generoso é verdadeiramente jovem”.
No final do
encontro com os jovens, ainda antes do meio-dia, Bento XVI fez questão de recitar
a oração mariana do Angelus, em ligação rádio-televisiva com a Praça de São Pedro
e com tantas emissoras e canais televisivos. Evocando a sua visita matinal ao santuário
de Nossa Senhora de La Guardia, o Papa evocou a tradicional oração de confiança em
Maria: “Recordai-vos, ó Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que alguém que tenha
recorrido ao vosso patrocínio ou implorado o vosso auxílio, tenha sido por vós desamparado”.
Com esta certeza – disse – invocamos a materna assistência de Nossa Senhora da Guardia
sobre a vossa comunidade diocesana – pastores, consagrados, leigos – e de modo especial
os doentes e todos os que sofrem. Bento XVI confiou a Maria a cidade de Génova, com
a sua população e suas actividades culturais, sociais e económicas… Uma saudação alargada
a toda a região da Ligúria.
Neste domingo à tarde o Papa celebra a Missa
numa esplanada de Génova, partindo depois, às 19 horas, do aeroporto local, de regresso
a Roma, concluindo assim esta nona viagem apostólica do pontificado.