PAPA RECEBE BISPOS PARTICIPANTES DO SEMINÁRIO SOBRE MOVIMENTOS E NOVAS COMUNIDADES
ECLESIAIS
Cidade do Vaticano, 17 mai (RV) – Bento XVI pronunciou um discurso aos cerca
de 100 bispos provenientes de 50 países, que, nesses dias, participaram de um Seminário
internacional de Estudo sobre o tema: "Peço-lhes para ir ao encontro dos movimentos
com muito amor".
O encontro foi promovido pelo Pontifício Conselho para os
Leigos, em Rocca di Papa, perto de Roma, sob a presidência do Cardeal Stanislaw Rylko.
Os trabalhos foram inaugurados com a celebração da Santa Missa presidida pelo cardeal-secretário
de Estado, Tarcisio Bertone.
O papa destacou logo de início o significado
profundo dos movimentos e das novas comunidades eclesiais na Igreja: "Os movimentos
eclesiais e as novas comunidades são uma das novidades mais importantes suscitadas
pelo Espírito Santo na Igreja para a aplicação do Concílio Vaticano II".
Paulo
VI e João Paulo II – prosseguiu Bento XVI – souberam acolher e discernir, encorajar
e promover as novas realidades laicais, que voltaram a dar vitalidade, fé e esperança
a toda a Igreja.
O papa constatou que essa novidade na Igreja ainda não foi
adequadamente compreendida à luz do desígnio de Deus e da missão da Igreja, embora
já tenham sido superados muitos preconceitos, resistências e tensões. Mas é necessário
promover uma comunhão mais madura de todas as componentes eclesiais a fim de que todos
os carismas, no respeito da sua especificidade, possam contribuir plena e livremente
à edificação do único Corpo de Cristo.
Referindo-se ao tema do Seminário "Peço-lhes
que vão ao encontro dos movimentos com muito amor", que é uma exortação sua, o pontífice
disse: "Ir ao encontro com muito amor dos movimentos e das novas comunidades impele-nos
a conhecer adequadamente a sua realidade, sem impressões superficiais ou juízos redutivos.
Ajuda-nos também a compreender que os movimentos eclesiais não são um problema ou
um risco a mais... Não! São um dom do Senhor, um recurso precioso para enriquecer
com o carisma deles toda a comunidade cristã".
O papa então recomendou aos
bispos que acolham os movimentos, lhes dêem espaço e valorizem a sua contribuição
na vida das Igrejas locais. Dificuldades e incompreensões sobre questões particulares,
ponderou o pontífice, não autorizam o fechamento.
Os pastores devem seguir
de perto os movimentos e as novas comunidades, para que possam generosamente colocar
a serviço da utilidade comum, de maneira ordenada e fecunda, os dons de que são portadores
e que – disse o papa – aprendemos a conhecer e apreciar: o impulso missionário, os
eficazes itinerários de formação cristã, o testemunho de fidelidade e obediência à
Igreja, a sensibilidade às necessidades dos pobres e a riqueza de vocações.
Por
outro lado, com a prudência que caracteriza o pastor, o papa envia um recado também
aos movimentos: "A autenticidade dos novos carismas é garantida pela disponibilidade
deles a se submeterem ao discernimento da autoridade eclesiástica".
Os bispos,
que são chamados a um serviço de discernimento e guia, não podem comportar-se como
se fossem donos dos carismas e devem evitar o perigo de sufocá-los, resistindo à tentação
de uniformizar o que o Espírito Santo quis multiforme para a edificação do único Corpo
de Cristo.
Ao término da audiência, um dos quatro bispos brasileiros participantes,
Dom Alberto Taveira Corrêa, arcebispo de Palmas, Tocantins, falou sobre o encontro
com o papa:
Na
conclusão do Seminário, eis o que disse Dom Alberto Taveira sobre esses dois dias
de trabalhos: (MT/BF)