A verdade do matrimónio e da família radica-se na verdade do homem: Bento XVI às Associações
Familiares. Evocados os 40 anos da "Humane vitae" e os 25 da Carta dos Direitos da
Família
O Papa recebeu nesta sexta-feira no Vaticano duas centenas de participantes num Forum
de Associações Familiares europeias, tendo como tema “A aliança pela família na Europa:
o associacionismo protagonista”. Objectivo da iniciativa: “confrontar as experiências
sobre as várias formas associativas familiares, em ordem a sensibilizar os governantes
e a opinião pública sobre o papel central e insubstituível que desempenha a família
na nossa sociedade”. Dirigindo-lhes a palavra, Bento XVI recordou a coincidência
de se celebrar este ano o quadragésimo aniversário da Encíclica “Humanae vitae” e
o vigésimo quinto da Carta dos Direitos da Família, apresentada pela Santa Sé em Outubro
de 1983. Dois documentos da Igreja “unidos na sua inspiração”, observou o Papa:
“Se
a Humana vitae, corajosamente e em contracorrente com a cultura dominante,
recorda com firmeza a qualidade de amor dos esposos, não manipulado pelo egoísmo e
aberto à vida, a Carta dos Direitos da Família põe em evidência os direitos inalienáveis
que permitem à família, fundada no casamento entre um homem e uma mulher, ser o berço
natural da vida humana”.
Citando João Paulo II (“o Papa da família”), Bento
XVI sublinhou que “o futuro da humanidade passa pela família”, até porque – acrescentou
- “a verdade do matrimónio e da família radica-se na verdade do homem”.
“A
revelação bíblica é antes de mais uma história de amor, a história da aliança de Deus
com os homens. É por isso que a história de amor entre um homem e uma mulher na aliança
do matrimónio foi assumida por Deus como símbolo da história da salvação. É precisamente
por isso que a união de vida e de amor, baseada no matrimónio entre um homem e a mulher
– que constitui a família – representa um bem insubstituível para toda a sociedade,
a não confundir nem equiparar a outros tipos de união”.
Perante o inegável
aumento das crises matrimoniais e familiares, com tantas famílias que se debatem com
condições de preocupante precariedade, surge espontâneo “um pedido de ajuda que interpela
os responsáveis das administrações públicas, das comunidades eclesiais e das diferentes
agências educativas” – fez notar Bento XVI. É urgente “unir forças para sustentar,
por todos os meios, as famílias, do ponto de vista social e económico, jurídico e
espiritual “.