Pavilhão da S. Sé na "Expo Saragoça 2008" dedicado á água e desenvolvimento sustentável
(14/5/2008) A Santa Sé vai dedicar à água e ao desenvolvimento sustentável o pavilhão
com que marcará presença na Expo Saragoça 2008, que decorre nesta cidade espanhola
de 14 de Junho a 14 de Setembro. O pavilhão será apresentado numa conferência
de imprensa, na próxima segunda feira dia 19. Entre os presentes estará o Cardeal
Renato Martino, presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz, bem como o Arcebispo
de Saragoça, D. Manuel Ureña Pastor. O presidente do município espanhol e o comissário
geral da Exposição também marcarão presença no encontro com os jornalistas. A
escolha da Santa Sé vem confirmar a preocupação de Bento XVI neste campo, que já o
levou a manifestar-se em favor da salvaguarda e da partilha dos recursos hídricos.
No início deste ano, o Papa nomeou para a Academia Pontifícia das Ciências um
dos cientistas mundiais mais respeitados em matéria de hidrologia e ciências ambientais,
o venezuelano Ignacio Rodriguez-Iturbe. Professor na Universidade de Princeton (EUA),
este especialista recebeu o Prémio Estocolmo da Água em 2002, uma espécie de “Nobel”
neste campo. Logo em Janeiro, no discurso ao corpo diplomático acreditado na Santa
Sé, o Papa frisava que a paz implicava que fossem satisfeitas as “legítimas aspirações”
das populações, incluindo o acesso à água. Antes, durante a recitação do Angelus,
Bento XVI criticara duramente algumas consequências da globalização, incluindo o seu
impacto negativo sobre os recursos hídricos. Na sua Mensagem para o Dia Mundial
da Paz 2008, o Papa reconheceu que “actualmente a humanidade teme pelo futuro equilíbrio
ecológico” e desejou que “as avaliações a este respeito se façam com prudência, no
diálogo entre peritos e cientistas, sem acelerações ideológicas para conclusões apressadas”.
Em 2007, numa mensagem escrita por ocasião do Dia Mundial da Água, Bento XVI afirmava
que “a água é um direito inalienável", pedindo que todos possam ter acesso a ele,
"em particular quem vive em condições de pobreza". "O direito à água, como todos
os Direitos Humanos, baseia-se na dignidade humana e não sobre avaliações de tipo
puramente quantitativas, que apenas consideram a água como um bem económico", alertou.