“NÃO HÁ MAIS ESPAÇO PARA INGERÊNCIAS EXTERNAS” NO LÍBANO: DIZ VIGÁRIO APOSTÓLICO
Beirute, 13 mai (RV) – "É preciso ir às raízes dos problemas do Líbano e extirpar
a erva daninha. Não há mais espaço para ingerências externas, mas somente para o bem
desta terra e de seu povo. A esperança reside somente no diálogo. As armas não resolvem
nada." Com essas palavras, o vigário apostólico de Beirute para os Latinos, Dom Paul
Dahdah, numa entrevista ao Sir (Serviço de Informação Religiosa) comenta a crise em
andamento no Líbano e a tentativa de mediação da Liga Árabe, cujo secretário, Amr
Mussa, está sendo esperado amanhã em Beirute.
"Um Líbano pacificado faz medo
a muitos no Oriente Médio e, por isso, sempre esteve no centro dos interesses de potências
regionais e internacionais. Mas este país deve continuar sendo um laboratório de convivência
política e religiosa, como recordou o papa domingo passado. O Líbano é, entre todos
os países do Oriente Médio, o único onde ainda existe um pouco de liberdade de expressão
e de religião, de democracia", afirma o arcebispo.
Diante da divisão política
dos cristãos, na qual uma parte defende o governo pró-ocidental do premiê Fuad Siniora,
e outra parte os pró-sírios do Hezbollah, Dom Dahdah reitera que "não cabe à Igreja
julgar ou posicionar-se de uma parte ou de outra. O importante é que não se chegue
ao uso das armas, mas se dialogue. Como Igreja, devemos propor a urgência de trabalhar
pelo bem comum do país. É nisso que devemos nos basear, não nas armas", pondera o
vigário apostólico. (RL/BF)