PAPA DEFENDE A VIDA E A FAMÍLIA RECEBENDO MEMBROS DO MOVIMENTO ITALIANO PELA VIDA
Cidade do Vaticano, 12 mai (RV) - Bento XVI recebeu na manhã desta segunda-feira,
na Sala das Bênçãos, no Vaticano, 800 membros do Movimento italiano Pela Vida.
No
seu discurso, o papa agradeceu a todos os presentes, bem como à liderança do Movimento
pela Vida, afirmando que através deles o seu pensamento se estendia a todos aqueles
que não puderam estar neste encontro. Referiu-se especialmente – aos muitos voluntários
que, com abnegação e generosidade, compartilham o nobre ideal de promoção e defesa
da vida humana desde a sua concepção.
O papa sublinhou que neste ano, na Itália,
recordam-se os 30 anos da legalização do aborto e que é intenção do Movimento sugerir
uma reflexão aprofundada sobre os efeitos humanos e sociais que a lei 194 produziu
na comunidade civil e cristã durante este período.
"Olhando para as passadas
três décadas e considerando a atual situação, não se pode deixar de reconhecer que
defender a vida humana tornou-se hoje mais difícil, porque se criou uma mentalidade
de progressiva subestima do seu valor, confiado ao juízo de cada um. Como conseqüência,
temos um menor respeito pela pessoa humana, valor este que está na base de toda convivência,
e que vai além da fé que se professa", disse o papa.
Certamente, acrescentou,
são muitas e complexas as causas que levam a decisões dolorosas como o aborto. Se,
de um lado, a Igreja, fiel ao mandamento de seu Senhor, não se cansa de reafirmar
que o valor sagrado da existência de cada homem afunda as suas raízes no plano do
Criador; de outro, estimula a promover todas as iniciativas de apoio às mulheres e
às famílias para criar condições favoráveis ao acolhimento da vida e à tutela do instituto
da família fundado sobre o matrimônio entre um homem e uma mulher.
Bento XVI
reafirmou mais uma vez que o fato de permitir recorrer à interrupção da gravidez não
somente não resolveu os problemas que afligem muitas mulheres e não poucos núcleos
familiares, mas abriu uma ulterior ferida nas nossas sociedades, já infelizmente agravadas
por profundos sofrimentos.
A seguir, o pontífice assinalou que muito foi feito,
não somente por parte da Igreja, para ir ao encontro dos mais necessitados e das dificuldades
das famílias.
"Não podemos, porém, esconder que diversos problemas continuam
a atingir a sociedade de hoje, dificultando o desejo de tantos jovens de se casar
e formar uma família por causa das condições desfavoráveis em que vivem. A falta de
um trabalho seguro, legislações carentes em matéria de tutela da maternidade, a impossibilidade
de assegurar um apoio adequado aos filhos, são alguns dos impedimentos que parecem
sufocar a existência do amor fecundo, enquanto se abrem as portas de um crescente
sentimento de desconfiança no futuro."
O papa evidenciou que é necessário então
unir os esforços a fim de que as diversas instituições coloquem novamente no centro
de suas ações a defesa da vida humana e a atenção prioritária à família, no seio da
qual a vida nasce e se desenvolve. Ocorre ajudar a família com todos os instrumentos
legislativos, a fim de facilitar a sua formação e o seu trabalho educativo no difícil
contexto social de hoje.
Para os cristãos continua sempre aberto, neste âmbito
fundamental da sociedade, um urgente e indispensável campo de apostolado e de testemunho
evangélico: proteger a vida com coragem e amor em todas as suas fases.
O papa
recordou ainda que neste ano se comemoram os 60 anos da Declaração dos Direitos Humanos,
cujo mérito foi ter permitido a diferentes culturas, expressões jurídicas e modelos
institucionais convergir ao redor do núcleo fundamental de valores e, portanto, de
direitos.
O Papa recordou sua recente visita à sede da ONU, reafirmando que
"os direitos humanos devem ser respeitados como expressões de justiça e não simplesmente
porque podem ser obrigados a ser respeitados através da vontade dos legisladores".
A promoção dos direitos humanos permanece, portanto, a estratégia mais eficaz para
eliminar as desigualdades entre países e grupos sociais, como também para o aumento
da segurança.
Na conclusão das suas palavras, Bento XVI recordou o encontro
que o Movimento pela Vida teve com João Paulo II em maio de 1998, durante o qual ele
exortou todos os membros a perseverarem na tarefa de amor e defesa da vida humana,
e que, graças a eles, muitas crianças puderam experimentar "a alegria do dom inestimável
da vida". (SP/BF)