2008-05-12 14:24:00

PAPA DEFENDE A VIDA E A FAMÍLIA RECEBENDO MEMBROS DO MOVIMENTO ITALIANO PELA VIDA


Cidade do Vaticano, 12 mai (RV) - Bento XVI recebeu na manhã desta segunda-feira, na Sala das Bênçãos, no Vaticano, 800 membros do Movimento italiano Pela Vida.

No seu discurso, o papa agradeceu a todos os presentes, bem como à liderança do Movimento pela Vida, afirmando que através deles o seu pensamento se estendia a todos aqueles que não puderam estar neste encontro. Referiu-se especialmente – aos muitos voluntários que, com abnegação e generosidade, compartilham o nobre ideal de promoção e defesa da vida humana desde a sua concepção.

O papa sublinhou que neste ano, na Itália, recordam-se os 30 anos da legalização do aborto e que é intenção do Movimento sugerir uma reflexão aprofundada sobre os efeitos humanos e sociais que a lei 194 produziu na comunidade civil e cristã durante este período.

"Olhando para as passadas três décadas e considerando a atual situação, não se pode deixar de reconhecer que defender a vida humana tornou-se hoje mais difícil, porque se criou uma mentalidade de progressiva subestima do seu valor, confiado ao juízo de cada um. Como conseqüência, temos um menor respeito pela pessoa humana, valor este que está na base de toda convivência, e que vai além da fé que se professa", disse o papa.

Certamente, acrescentou, são muitas e complexas as causas que levam a decisões dolorosas como o aborto. Se, de um lado, a Igreja, fiel ao mandamento de seu Senhor, não se cansa de reafirmar que o valor sagrado da existência de cada homem afunda as suas raízes no plano do Criador; de outro, estimula a promover todas as iniciativas de apoio às mulheres e às famílias para criar condições favoráveis ao acolhimento da vida e à tutela do instituto da família fundado sobre o matrimônio entre um homem e uma mulher.

Bento XVI reafirmou mais uma vez que o fato de permitir recorrer à interrupção da gravidez não somente não resolveu os problemas que afligem muitas mulheres e não poucos núcleos familiares, mas abriu uma ulterior ferida nas nossas sociedades, já infelizmente agravadas por profundos sofrimentos.

A seguir, o pontífice assinalou que muito foi feito, não somente por parte da Igreja, para ir ao encontro dos mais necessitados e das dificuldades das famílias.

"Não podemos, porém, esconder que diversos problemas continuam a atingir a sociedade de hoje, dificultando o desejo de tantos jovens de se casar e formar uma família por causa das condições desfavoráveis em que vivem. A falta de um trabalho seguro, legislações carentes em matéria de tutela da maternidade, a impossibilidade de assegurar um apoio adequado aos filhos, são alguns dos impedimentos que parecem sufocar a existência do amor fecundo, enquanto se abrem as portas de um crescente sentimento de desconfiança no futuro."

O papa evidenciou que é necessário então unir os esforços a fim de que as diversas instituições coloquem novamente no centro de suas ações a defesa da vida humana e a atenção prioritária à família, no seio da qual a vida nasce e se desenvolve. Ocorre ajudar a família com todos os instrumentos legislativos, a fim de facilitar a sua formação e o seu trabalho educativo no difícil contexto social de hoje.

Para os cristãos continua sempre aberto, neste âmbito fundamental da sociedade, um urgente e indispensável campo de apostolado e de testemunho evangélico: proteger a vida com coragem e amor em todas as suas fases.

O papa recordou ainda que neste ano se comemoram os 60 anos da Declaração dos Direitos Humanos, cujo mérito foi ter permitido a diferentes culturas, expressões jurídicas e modelos institucionais convergir ao redor do núcleo fundamental de valores e, portanto, de direitos.

O Papa recordou sua recente visita à sede da ONU, reafirmando que "os direitos humanos devem ser respeitados como expressões de justiça e não simplesmente porque podem ser obrigados a ser respeitados através da vontade dos legisladores". A promoção dos direitos humanos permanece, portanto, a estratégia mais eficaz para eliminar as desigualdades entre países e grupos sociais, como também para o aumento da segurança.

Na conclusão das suas palavras, Bento XVI recordou o encontro que o Movimento pela Vida teve com João Paulo II em maio de 1998, durante o qual ele exortou todos os membros a perseverarem na tarefa de amor e defesa da vida humana, e que, graças a eles, muitas crianças puderam experimentar "a alegria do dom inestimável da vida". (SP/BF)







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