2008-05-10 10:08:50

AUDIÊNCIA DO PAPA AO PATRIARCA ARMÊNIO KAREKIN II


Cidade do Vaticano, 09 mai (RV) - Bento XVI recebeu esta manhã em audiência o Patriarca Supremo e Catholicos de todos os Armênios, Karekin II. Embora o caminho ecumênico seja árduo, os cristãos devem deixar-se conduzir com confiança pelo Espírito Santo para alcançar a plena unidade: foi o fulcro da audiência.

O papa presidiu, na Sala Clementina, a celebração ecumênica da Hora Média, com a participação de Karekin II e de uma delegação de bispos e fiéis armênios. Também o Cardeal Walter Kasper, presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, participou da celebração, caracterizada pela alternância das orações em latim e em armênio.

O Espírito Santo "pode abrir portas que estão fechadas, inspirar palavras que foram esquecidas, tornar sólidas relações que foram rompidas". Partindo da iminente solenidade de Pentecostes, Bento XVI destacou que o Espírito Santo reuniu numa só voz, para professar a fé, as muitas línguas do povo reunido em Jerusalém.

"O caminho para a restauração de uma comunhão plena e visível de todos os cristãos pode parecer longo e árduo." E "resta ainda muito a fazer para sanar as profundas e dolorosas divisões que desfiguraram o Corpo de Cristo", observou o papa, abrindo à esperança, pois, disse ele, o Espírito Santo "continua a guiar a Igreja de maneira surpreendente e, muitas vezes, inesperada".

Se os nossos corações e as nossas mentes "estiverem abertos ao Espírito de comunhão, Deus pode fazer novamente milagres na Igreja, robustecendo os laços da unidade", ponderou o sucessor de Pedro, que acrescentou: "No nosso diálogo ecumênico foram realizados progressos importantes no esclarecimento das controvérsias doutrinais que nos dividiram, sobretudo sobre as questões de Cristologia".

Com base nesta constatação, Bento XVI fez votos de que a Comissão conjunta para o diálogo teológico com as Igrejas ortodoxas, da qual é membro também a Igreja Apostólica Armênia, possa levar à "comunhão plena e visível" e possa chegar o dia em que "a nossa unidade na fé torne possível uma celebração comum da Eucaristia".

Comprometer-se com a unidade cristã, acrescentou, "é um ato de confiança obediente na obra do Espírito Santo que conduz a Igreja à plena realização do plano de Deus, em conformidade com a vontade de Cristo".

O papa concentrou o seu pensamento, a seguir, na história recente da Igreja Apostólica Armênia que, como ele constatou, "foi escrita nas cores contrastantes da perseguição e do martírio, da obscuridade e da esperança, da humilhação e do renascimento espiritual. Por isto, a reconquistada liberdade da Igreja na Armênia foi uma fonte de alegria para todos nós".

Bento XVI louvou os resultados pastorais extraordinários alcançados em tão pouco tempo, na Armênia e no exterior, considerando principalmente a vastidão da obra de reconstrução da Igreja, levada em frente por Karekin II. O pontífice aludiu a alguns desafios enfrentados nesses anos pela Igreja apostólica armênia, elogiando, por isto, o patriarca: citou, de modo especial, a educação dos jovens, a formação do clero, a construção de igrejas e centros comunitários, a assistência caritativa aos necessitados e a promoção dos valores cristãos.

O papa reconheceu que foi "graças à ação pastoral de Karekin II que a luz gloriosa de Cristo brilha de novo na Armênia e se podem novamente ouvir as palavras salvíficas do Evangelho".

Por fim, Bento XVI lembrou as relações cordiais dos Catholicos Vasken I e Karekin I com Paulo VI e João Paulo II. O compromisso deles com a unidade dos cristãos – afirmou o papa – abriu uma nova era de relações entre a Igreja Apostólica Armênia e a Igreja Católica.

Na saudação que fez ao papa, Karekin II convidou-o, também em nome do presidente da República, a visitar a Armênia, como o fez João Paulo II em 2001. Destacou também a importância da unidade dos cristãos, principalmente num mundo globalizado em que está diminuindo o respeito à vida e ao homem, assim como o amor ao Senhor.

O Catholicos de todos os armênios evocou a exortação que o papa fez na sua recente viagem apostólica aos Estados Unidos, a empreender a estrada do diálogo e da paz, e não a do confronto e da violência, e ressaltou que para melhor defender os direitos do homem e promover a paz devem ser consolidados os laços entre as Igrejas cristãs. (PL/BF)







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