2008-05-08 16:05:11

Myanmar: depois da passagem do ciclone "Nargis" - que provocou pelo menos um milhão de desalojados, 80 mil desaparecidos e um número de mortos que pode chegar aos 100 mil, urge ajuda humanitária


(8/5/2008) Começou a chegar ontem a ajuda humanitária internacional a Myanmar (antiga Birmânia), país arrasado pela passagem do ciclone "Nargis" - que provocou pelo menos um milhão de desalojados, 80 mil desaparecidos e um número de mortos que pode chegar aos 100 mil. A ajuda humanitária (medicamentos, comida, água e tendas) está a sofrer os efeitos da burocracia e da desconfiança da Junta Militar que governa o país, facto já condenado pelos países doadores. Enquanto Tailândia, China, Índia e Indonésia estão já no terreno, os governos dos EUA e da Austrália exortaram as autoridades de Myanmar a aceitar a ajuda que é destinada ao país. Até mesmo equipas humanitárias da ONU continuam à espera dos vistos de entrada para levaram ajuda às vítimas. Para tentar desbloquear os impedimentos impostos pela Junta Militar, a França pretende que seja oficializada uma regra das Nações Unidas que fala na "responsabilidade em proteger" as populações, solução que se for implementada permitirá a entrega directa do auxílio sem depender da aprovação do regime militar birmanês. O ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Bernard Kouchner, disse ontem que a ideia está a ser discutida na ONU, esperando Paris que a resolução seja aprovada, obrigando o Governo de Myanmar a aceitar a ajuda, mesmo que não a queira. A ONU estabeleceu em 2005 o conceito da "responsabilidade de proteger" os civis quando os governos não podem ou não querem fazê-lo, mesmo que a intervenção da comunidade internacional viole a soberania de um país. Funcionários da ONU disseram que o envio de pastilhas de purificação de água, cobertores plásticos, kits médicos, mosquiteiros e alimentos é prioritário e urgente. Analistas políticos acreditam que a situação do país, sobretudo as dificuldades criadas à entrada de ajuda humanitária, terá graves consequências para a Junta Militar, já debilitada devido à violenta repressão contra as manifestações a favor da democracia e que tiveram lugar o ano passado.







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