Myanmar - a antiga Birmânia, vive horas dramáticas: mais de 10 mil mortos após a passagem do ciclone tropical Nargis.O Papa expressa solidariedade ás vitimas

(6/5/2008) As autoridades de Myanmar - a antiga Birmânia, elevaram, ontem, para mais de 10 mil a sua previsão do número de mortos no país após a passagem do ciclone tropical Nargis. O anterior balanço das autoridades, divulgado também ontem, cifrava-se em cerca de 4 mil mortos e mais de três mil pessoas desaparecidas. Mas os números finais poderão vir a ser bastante mais assustadores.
O sul do país foi a zona mais afectada, onde dezenas de milhares de habitações foram completamente arrasadas. O Governo declarou o estado de emergência nas regiões de Rangum (actual Yangon), Irrawaddy e Pegu e nos estados de Karen e Mon.
O ciclone, com origem no golfo de Bengala, entrou pela costa sudoeste de Myanmar na noite de sexta-feira passada e avançou país dentro com ventos fortes, entre os 190 e os 240 quilómetros por hora, provocando o corte no abastecimento de electricidade e telefone a todas as povoações do delta do rio Irrawaddy.
Entretanto, a Junta Militar deu luz verde à ajuda internacional, permitindo que a assistência externa seja canalizada para o país através das agências das Nações Unidas (ONU).
A Organização Mundial de Saúde, o Fundo das Nações Unidas para a Infância e o Programa Alimentar Mundial, entre outras agências da ONU implicadas na resposta aos desastres naturais, reuniram em Banguecoque para examinar a situação e coordenar um plano de acção que incluirá a reabertura de estradas bloqueadas, para que seja possível chegar a todas as áreas necessitadas. Em Myanmar, tal como em outras zonas catástrofe, a logística é o principal problema que a ajuda humanitária enfrenta.

Bento XVI manifestou a sua solidariedade às vítimas do ciclone Nargis, pedindo que a comunidade internacional “responda com apoio generoso e efectivo” às necessidades da população.
Num telegrama enviado ao Arcebispo de Mandalay e presidente da Conferência Episcopal de Myanmar, D. Paul Zinghtung Grawng, Bento XVI mostra-se “profundamente entristecido” pelas notícias que chegam deste país, garantindo orações pelas vítimas e seus familiares.
O Papa invoca o conforto divino para os desabrigados e as pessoas que sofrem com as consequências da passagem do ciclone.