Cidade do Vaticano, 03 mai (RV) - Celebra-se neste sábado, 3 de maio, os quatro
anos da publicação da Instrução "Erga migrantes Caritas Christi" (A Caridade de Cristo
para com os migrantes). Para a ocasião, o secretário do Pontifício Conselho da Pastoral
para os Migrantes e os Itinerantes, Dom Agostino Marchetto, publicou uma mensagem,
na qual reforça que as migrações estão a serviço da paz.
"É preciso um renovado,
forte senso de solidariedade e um aprofundamento dos valores compartilhados com outros
grupos religiosos ou leigos, absolutamente indispensáveis para garantir uma harmônica
convivência", reitera o arcebispo, citando trechos da Instrução aprovada por João
Paulo II em maio de 2004.
O desafio, afirma Dom Marchetto, é educar e sensibilizar
todos, migrantes ou não, para a passagem "de sociedades monoculturais a sociedades
multiculturais", representativas do "desígnio de Deus de uma comunhão universal".
O fenômeno das migrações comporta uma questão ética, ou seja, a busca por
uma nova ordem econômica internacional para uma distribuição mais justa dos bens da
terra. Esses mesmos bens, recorda o arcebispo, contribuiriam para reduzir e moderar
os fluxos migratórios de grande parte das populações em dificuldades.
A Instrução
"Erga migrantes Caritas Christi", afirma ainda Dom Marchetto, diz que é preciso criar
"sistemas de formação à mundialidade", ou seja, uma nova visão da comunidade mundial,
considerada como "família de povos, à qual são destinados os bens da terra em uma
perspectiva de bem comum universal".
A globalização, afirma o documento, abriu
os mercados, mas não as fronteiras; abateu os confins para a livre circulação da informação
e dos capitais, mas não, na mesma medida, para a livre circulação de pessoas, em contraste
com o conceito de família humana que habita sua casa, a Terra. (BF)