2008-04-28 20:55:58

APELO DO PAPA EM FAVOR DA SOMÁLIA, BURUNDI E DARFUR PODE DAR FRUTOS, DIZ JORNALISTA DA REVISTA MISSIONÁRIA "NIGRIZIA"


Cidade do Vaticano, 28 abr (RV) - O apelo em favor da estabilização em várias zonas da África, feito ontem por Bento XVI na oração dominical do Regina Coeli, se dá num momento muito particular para o continente. O recrudescimento das tensões em Burundi, Quênia, Somália, Sudão e República Democrática do Congo corre o risco de desestabilizar ulteriormente os já frágeis equilíbrios africanos. Mas quanto as palavras do papa sobre essa crise pode influenciar? Foi o que a Rádio Vaticano perguntou ao redator da revista dos padres Combonianos "Nigrizia", Rafaello Zordan. Eis o que nos disse:

Rafaello Zordan:- "Todos fazemos votos de que possam influenciar, no sentido que a comunidade internacional não deve desviar a atenção de algumas realidades específicas. Naturalmente, se pensamos na República Democrática do Congo, o país atravessa um processo de transição rumo à democracia. Porém, no nordeste, isto é, na área próxima a Uganda, Ruanda, Burundi _ existem historicamente desestabilizações crônicas e é preciso trabalhar sobre isso. Existem ali tropas da ONU, há uma atenção internacional: o papa reforça a idéia de que é preciso manter a vigilância e acompanhar essa democracia. Ao invés, para o Darfur _ no sul do Sudão _ a coisa é ainda mais complicada, porque nos encontramos em meio a um processo de pacificação. O Darfur é utilizado como 'mercadoria' de troca por parte do governo de Cartum para fazer pressão sobre o sul do país, para distanciar a possibilidade de que se chegue às eleições e também eventualmente à autodeterminação do sul do Sudão."

P. A seu ver, como realizar concretamente as palavras do pontífice, que falou sobre a necessidade de se criar um sólido fundamento à paz e ao desenvolvimento?

Rafaello Zordan:- "Concretamente, a cada momento em que a comunidade internacional se reúne, raciocina _ pensamos na Europa _ sobre temas africanos, a África deve encontrar um espaço específico seu, estar presente também nos jornais, na opinião pública: em suma, deve encontrar maiores momentos para ser levada em consideração, mesmo porque aquelas crises podem repercutir aqui entre nós."

P. A seu ver, as palavras do papa podem deixar, de qualquer modo, algum sinal?

Rafaello Zordan:- "Seguramente deixarão um sinal em todos aqueles que, de um modo ou de outro, têm relações com o continente africano e têm intenção de atuar naquele continente com critérios, no respeito pelo homem e por seus direitos. Ademais, sabemos que a comunidade internacional tem seus tempos, as suas prioridades. Muitas vezes se mete em tentativas pouco claras de mediação. E talvez essas palavras possam indicar uma pista ou ao menos redesenhar o mapa das prioridades. É claro, sabemos que são indicações que não são vinculativas para os Estados e para quem faz a política." (RL)







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