2008-04-24 20:33:55

PAPA: IGREJA NO CÁUCASO DEVE MANTER FIRME SUA IDENTIDADE APÓS QUEDA DO COMUNISMO


Cidade do Vaticano, 24 abr (RV) - Após a queda do comunismo, é necessário testemunhar o Evangelho com coragem diante dos novos desafios sociais e culturais: foi o que ressaltou Bento XVI no discurso aos bispos do Cáucaso, em visita 'ad Limina'.

O papa convidou os fiéis de Armênia, Azerbaijão e Geórgia a defenderem a família, a ajudarem os necessitados e a se comprometerem em um fraterno diálogo com os ortodoxos e os seguidores das outras religiões.

O pontífice ressaltou que a região do Cáucaso "é uma terra rica de história e de cultura, crisol de civilização e encruzilhada entre Oriente e Ocidente" e recordou a recente visita do secretário de Estado, Cardeal Tarcisio Bertone, à região.

Após a queda da União Soviética, ressaltou, as populações caucasianas "conheceram significativas mudanças sociais no caminho do progresso, mas permanecem ainda situações difíceis". Muitos são "os pobres, os desempregados e os refugiados que as guerras distanciaram de suas casas, deixando-os, de fato, à mercê da precariedade", disse o papa.

Hoje, por causa da mentalidade inculcada na sociedade e herdada do período comunista, as famílias "encontram muitas dificuldades e são marcadas por aquelas feridas e por aqueles atentados à vida humana que, infelizmente, se registram em tantas outras partes do mundo", acrescentou.

O pontífice constatou, todavia, que "os fatos que transtornaram o século passado não apagaram a chama do Evangelho que, ao longo das gerações, encontrou no Cáucaso um terreno fértil".

A atividade pastoral dos bispos se desenvolve num território onde "permanecem muitos desafios sociais e culturais, e onde a comunidade católica constitui um pequeno rebanho, que vive a sua fé em contato com outras confissões cristãs e outras religiões".

No Cáucaso, recordou, convivem "católicos de rito armênio, latino e caldeu, com ortodoxos, armênio-apostólicos, judeus e muçulmanos". Neste contexto multirreligioso, Bento XVI encorajou os católicos a intensificarem sua colaboração com outras Igrejas e membros de outras religiões.

Além disso, o papa fez votos de que do "diálogo em andamento entre católicos e ortodoxos cresça aquela fraternidade que deve caracterizar as relações entre Igrejas respeitosas umas da outras, apesar das diferenças ainda existentes".

O pontífice dedicou parte do discurso às vocações e à vida consagrada: "As futuras gerações devem contar com um clero que seja santo, que viva com alegria a sua vocação e se dedique com generosidade ao cuidado de todos os fiéis".

Bento XVI louvou as muitas atividades caritativas promovidas pela Igreja no Cáucaso em favor dos pobres e das pessoas em dificuldade. Em seguida, encorajou os fiéis "a testemunharem com a vida o amor de Cristo, sem segundas intenções". Por fim, convidou os prelados a investirem na formação das consciências dos fiéis, "segundo a ética evangélica, com uma atenção privilegiada aos jovens". (RL/BF)







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