PAPA AOS UNIVERSITÁRIOS CATÓLICOS: "TODA INSTITUIÇÃO EDUCATIVA CATÓLICA É UM LOCAL
ONDE ENCONTRAR DEUS"
Washington, 18 abr (RV) - Na tarde de ontem, às 17h locais, o papa visitou
a Universidade Católica de Washington, onde foi recebido pelo arcebispo de Washington,
Dom Donald William Wuerl, pelo reitor da universidade, Mons. David M. O’Connell, e
por outras autoridades acadêmicas, professores e alunos.
No seu discurso Bento
XVI recordou que a tarefa educativa é parte integrante da missão que a Igreja tem
de proclamar a Boa Nova. Em primeiro lugar e, sobretudo, toda instituição educativa
católica é um local no qual encontrar o Deus vivo, que revela em Jesus Cristo a força
transformadora de seu amor e de sua verdade.
O Papa lembrou que a comunidade
católica dos EUA fez da educação uma de suas prioridades e explicou que figuras como
Santa Elizabeth Ann Seton e Santa Katherine Drexel "dedicaram sua vida ao ensino daqueles
que tinham sido deixados de lado", como os negros, os índios americanos e os imigrantes.
O Papa disse: "Encarregar-se das necessidades materiais, intelectuais e espirituais
de mais de três milhões de jovens e estudantes é um excelente apostolado da esperança.
Isso oferece também a toda a comunidade católica uma oportunidade altamente louvável
para contribuir generosamente com as exigências financeiras de nossas instituições.
É preciso assegurar-lhes a possibilidade de se manterem a longo prazo".
O pontífice
declarou que "muitos questionam o compromisso da Igreja com a educação, ao se perguntarem
se esses recursos não poderiam ser empregados de outra maneira". No entanto, explicou
que "todas as atividades da Igreja nascem de sua consciência de ser portadora de uma
mensagem que tem origem no próprio Deus".
"A missão primária da Igreja é evangelizar.
Nisso, as instituições educacionais possuem um papel crucial, em consonância com a
aspiração fundamental da nação de desenvolver uma sociedade verdadeiramente digna
da dignidade da pessoa", acrescentou.
O papa disse ainda que é "especialmente
preocupante a redução da preciosa e delicada área de educação sexual à gestação de
'risco', sem referência alguma à beleza do amor conjugal".
Em outra passagem
de seu discurso, o papa destacou a importância da chamada "liberdade acadêmica": "A
propósito dos membros das faculdades nos colégios universitários católicos, desejo
reafirmar o grande valor da liberdade acadêmica. Em virtude desta liberdade, os senhores
são chamados a buscar a verdade onde a atenta análise da evidência os conduz. Todavia,
é também o caso de recordar que todo apelo ao princípio da liberdade acadêmica para
justificar posições que contradizem a fé e o ensinamento da Igreja pode obstaculizar
ou até mesmo trair a identidade e a missão da Universidade, uma missão imprescindível
para o munus docendi da Igreja e não é de alguma maneira autônoma ou independente
desta".
Professores e administradores de universidades e escolas, disse ainda
o Papa, têm o dever e o privilégio de assegurar que os estudantes recebam uma educação
na doutrina e na prática católica. Isso requer que o testemunho público do modo de
ser de Cristo, como consta no Evangelho e é proposto pelo Magistério da Igreja, forje
todos os aspectos da vida institucional, seja dentro, seja fora das salas de aula.
Distanciar-se desta visão enfraquece a identidade católica e, além de não fazer avançar
a liberdade, inevitavelmente conduz à confusão seja moral, seja intelectual e espiritual.
O pontífice pronunciou seu discurso para cerca de 600 pessoas, dos quais 235
eram reitores das faculdades e institutos católicos, além de professores e universitários.
(SP/BF)