2008-04-17 15:15:44

PAPA AOS BISPOS DOS EUA: "AMERICANOS SÃO CONHECIDOS POR SUA VITALIDADE, CRIATIVIDADE E GENEROSIDADE"


Washington, 17 abr (RV) - Na parte da tarde de ontem, Bento XVI recebeu na nunciatura de Washington representantes de organizações caritativas católicas.

No final da tarde, o pontífice presidiu à celebração das Vésperas no Santuário da Imaculada Conceição, padroeira dos EUA, ao término da qual manteve um encontro com os bispos da Conferência Episcopal dos EUA.

No longo e denso discurso que pronunciou aos bispos dos EUA, Bento XVI expressou sua grande alegria de se encontrar com seus coirmãos no episcopado no início de sua visita ao país.

O pontífice agradeceu as palavras de boas-vindas do cardeal Eugenio Francis George, sobretudo o grande trabalho que tiveram na preparação da viagem.

Os católicos dos EUA, disse o papa, são conhecidos por sua leal devoção à Sé de Pedro. Assim, a sua visita pastoral torna-se ocasião para reforçar ainda mais os vínculos de comunhão da Igreja com o Sucessor de Pedro.

Para as comunidades católicas de Boston, Nova York, Filadélfia e Louisville, recordou o Bispo de Roma, este é o ano das celebrações do bicentenário de sua criação.

Este ano também se comemora o bicentenário de fundação da arquidiocese de Baltimore, que permitiu maior amadurecimento da Igreja local.

Ao recordar que hoje a comunidade católica de Baltimore é uma das maiores do mundo e uma das mais influentes, o papa disse aos bispos: "Queridos Irmãos Bispos, desejo encorajar os senhores e suas comunidades a continuarem a acolher os imigrantes que se unem hoje às suas comunidades, a compartilhar suas alegrias e esperanças, a sustentá-los em seus sofrimentos e provações e a ajudá-los a prosperar nesta nova casa; isso foi o que seus compatriotas fizeram, por tantas gerações, abrindo as portas aos mais necessitados, aos pobres e às massas que tentavam respirar na liberdade. Essas pessoas são os atuais componentes dos EUA".

Na verdade, continuou o Papa, os cidadãos deste país são conhecidos por sua grande vitalidade, criatividade e generosidade. E citou alguns exemplos: depois do ataque às Torres Gêmeas, em setembro de 2001, e do furacão Katrina, em 2005, os americanos mostraram sua prontidão em ajudar seus irmãos e irmãs mais necessitados.

Em nível internacional, Bento XVI recordou a contribuição do povo norte-americano às operações de socorro do tsunami, em dezembro de 2004: uma verdadeira demonstração de compaixão.

Depois, o Pontífice expressou especial apreço pelas inúmeras formas de assistência humanitária oferecidas pelos católicos americanos. A generosidade deles ajudou os pobres e necessitados, como também a construção da rede nacional de paróquias católicas, hospitais, escolas e universidades.

O Papa acrescentou: "A América é também terra de grande fé. Seu povo é conhecido pelo fervor religioso e pelo orgulho de pertencer a uma comunidade fiel; seu povo tem confiança em Deus e não hesita em introduzir, nos temas públicos, razões morais enraizadas na fé bíblica. O respeito pela liberdade de religião é profundamente arraigado na consciência americana, um dado concreto que contribuiu para atrair gerações de imigrantes em busca de uma vida melhor e também para professar seu culto, livremente, segundo suas convicções religiosas".

Este país se distingue, frisou o Santo Padre, por um genuíno espírito religioso, mas o secularismo pode influenciar em sua fé e em seus comportamentos. Então, é preciso que os católicos praticantes não ignorem ou explorem os pobres e marginalizados, não promovam comportamentos sexuais contrários ao ensinamento moral católico ou adotem posições que contradigam o direito à vida de todo ser humano, desde a concepção até a morte natural.

Numa sociedade rica, como a norte-americana, o Santo Padre salientou outros desafios para a pastoral eclesial: materialismo, desrespeito à vida, irresponsabilidade e libertinagem, pouca formação a uma fé sólida. Ao citar outros, entre muitos desafios, como aqueles éticos e morais, as separações matrimonias, divórcios, desagregações familiares, infidelidade e coabitações, o Papa recordou a missão dos bispos: "A tarefa dos senhores é proclamar com força os argumentos da fé e da razão, que falam da instituição do matrimônio entendido como compromisso vital entre o homem e a mulher, aberto à transmissão da vida. O 'sim' à vida deve ser um 'sim' ao amor, às aspirações do coração da nossa humanidade, enquanto nos esforçamos para realizar o nosso profundo desejo de união com os outros e com Deus".

Por fim, Bento XVI reservou um espaço também a um tema de atualidade que causa sofrimento à Igreja nos EUA, mas também no mundo: o abuso sexual dos menores.

A propósito, o Papa chamou a atenção dos bispos para que favoreçam mais cuidados e promovam a reconciliação não fácil entre os fiéis, lembrando as medidas disciplinares adotadas em prol de uma maior proteção de menores e jovens.

Nesse sentido, Bento XVI recordou os males que provocam a pornografia e a violência dos meios de comunicação e, portanto, a necessidade de reafirmar os valores morais e uma sólida formação moral da infância e da juventude. Todavia, os sacerdotes também precisam de orientação.

Enfim, se quisermos seguir adiante, concluiu o Papa, é preciso concentrar-nos na imitação de Cristo e na santidade da vida; devemos redescobrir a alegria de viver com Cristo, cultivando as virtudes e os momentos de oração. (MT/BF)







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